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Trump e o assustador projeto da elite do Vale do Silício
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Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).

Trump e o assustador projeto da elite do Vale do Silício

"A nova bomba atômica (a inteligência artificial), permitirá solucionar esse impasse e aperfeiçoar o mundo — o que, para os cidadãos comuns, pode significar o fim da tradição democrática."
Série Ruas inusitadas - Rua Apocalipse
Foto: Georgia Santiago, em 04/01/2011 (Foto: GEORGIA SANTIAGO)
Foto: GEORGIA SANTIAGO Série Ruas inusitadas - Rua Apocalipse Foto: Georgia Santiago, em 04/01/2011

O comportamento aparentemente errático do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não é uma “trapalhada”, como muitos dizem, mas faz parte de um projeto. Como já escrevi algumas vezes, ele quer provocar o caos para surgir como um ditador, um procedimento repetitivo da extrema direita.

Concluí desta maneira texto publicado em 12/3/2025: “Trump prepara um novo 6 de janeiro e, desta vez, para dar certo”.

Volto ao tema a propósito de um artigo “Quem são os intelectuais bilionários que preparam a ruptura apocalíptica de Trump” (Folha de S.Paulo, 20/4/2025), assinado por Martim Vasques da Cunha, doutor em Ética e Filosofia Política (USP). Ele faz uma análise profunda desse projeto, sustentado pela elite do Vale do Silício.

O autor apresenta cinco personalidades influentes do conservadorismo americano, que acreditam que “a democracia liberal levou o Ocidente a um estado de estagnação e corrupção moral”.

São eles: Peter Thiel, Alexander Karp, Nick Land, Curtis Yarvin e Elon Musk. E que Musk seria apenas o boi de piranha da turma”, agindo abertamente, enquanto os outros atuam “nas sombras do governo Trump”, defendendo que “apenas um grande esforço conjunto para dominar a inteligência artificial, a nova bomba atômica, permitirá solucionar esse impasse e aperfeiçoar o mundo — o que, para os cidadãos comuns, pode significar o fim da tradição democrática”.

O objetivo desses bilionários seria promover mudanças profundas na sociedade, sob “o comando de uma mão de ferro, de um presidente que aja como um César redivivo, impondo medidas executivas de cima para baixo: eis o sonho de Curtis Yarvin”, que seria um dos mais influentes do grupo.

Após demonstrar a adesão desses bilionários ao conservadorismo cristão, Cunha anota:

"É aqui que os projetos de Thiel, Karp, Land, Yarvin, Musk e Trump convergem de forma assustadora. Para eles, a IA é a nova bomba atômica, um poder que contém a violência inevitável do Anticristo — simbolizado, nessa perspectiva, pela ordem democrática liberal dos últimos 70 anos, responsável pela corrupção moral do Ocidente, e que chegou ao seu ápice entre os anos 1990-2000”.

E sobre o papel do presidente dos Estados Unidos?

Sobra Donald Trump, que seria o “‘Avatar Digital’ que anulará e conciliará todas essas simetrias de forma terrível, o monstro guardado a sete chaves no meio do labirinto do poder. Ele veio com correntes e martelos para destruir o Ancien Regime do liberalismo e implementar uma nova ordem, ainda desconhecida, mas que sem dúvida virá para cometer o mais sério dos crimes: a extinção da memória humana”.

É assustador.

 

Foto do Plínio Bortolotti

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