Plínio Bortolotti integra do Conselho Editorial do O POVO e participa de sua equipe de editorialistas. Mantém esta coluna, é comentarista e debatedor na rádio O POVO/CBN. Também coordenada curso Novos Talentos, de treinamento em Jornalismo. Foi ombudsman do jornal por três mandatos (2005/2007). Pós-graduado (especialização) em Teoria da Comunicação e da Imagem pela Universidade Federal do Ceará (UFC).
"O Evangelho é para todos, se a Igreja coloca um funcionário da alfândega na porta, isso não é mais a igreja de Cristo"
Foto: Handout / VATICAN MEDIA / AFP
Papa Francisco aparece de surpresa na Praça de São Pedro
O argentino Jorge Mario Bergoglio pediu para ser chamado de “Francisco”, quando a fumaça branca anunciou que ele seriao novo papa.
Dizem que a inspiração (divina?) para o seu nome papal foi soprada pela boca de Dom Cláudio Hummes (OFM), na Capela Sistina: “Não esqueça os pobres”.
E quem melhor para homenagear os esquecidos e deserdados da terra, senão o Pobrezinho de Assis, que nasceu rico, mas abandonou a fortuna para servir aos desvalidos?
Francisco, o papa, nasceu em uma família pobre, o pai ferroviário. Na juventude, Jorge enamorou-se, quase casou, jogou basquete e tornou-se torcedor do San Lorenzo.
Giovanni di Pietro di Bernardone, o Francisco de Assis, converteu-se ao ouvir uma voz lhe pedindo: “Repara minha casa, pois olhas que está em ruínas”. Aos 25 anos, deixou para trás os bens materiais e a família para cumprir a missão que recebera.
Francisco, o argentino, não teve convocação direta, desenvolvendo uma carreira convencional na Igreja. Mas, como papa, revelou-se à altura da tarefa de reformar a Casa. O Senhorio deve saber o que faz.
Francisco, de Assis, considerava todas as formas de vida criações de Deus, que estariam em cada elemento da natureza. Era um ecologista, antes da existência da ecologia. Ajudava os pobres, cuidava dos doentes, acolhia os marginalizados. Vivia de forma simples e austera para alcançar a liberdade espiritual.
Muitas situações aproximam os dois Franciscos. O argentino, quando eleito cardeal, pediu aos conterrâneos que evitassem viajar a Roma para celebrar sua nomeação, mas que dessem o dinheiro da viagem aos pobres. Publicou uma encíclica sobre o meio ambiente, mostrando que a devastação ecológica atingia principalmente os pobres. Tornou mais amigável a relação da Igreja com a comunidade LGBTQIA+, autorizou a bênção aos casais homossexuais.
“O Evangelho é para todos”, disse Francisco, o argentino. “Se a Igreja coloca um funcionário da alfândega na porta, isso não é mais a igreja de Cristo”. "Quem sou eu para julgar o outro?" O Francisco de Assis concordaria.
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