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Bebês não são números para serem comparados
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Rachel Gomes é jornalista, mãe da Serena e da Martina e produz podcasts de maternidade há cinco anos. Em 2022, deu início ao MamyCast, primeiro podcast de maternidade do Ceará, onde aborda pautas informativas sobre maternidade, gestação e infância

Rachel Gomes comportamento

Bebês não são números para serem comparados

A grande questão é, após perguntar a idade da Mamá, ela soltou essa: "a filha da minha vizinha tem a mesma idade. Precisa ver! A menina é uma lapa de bebê (na intenção de dizer que a menina era bem desenvolvida). E não parou por aí: ela seguiu: "e já anda desde os 10 meses"
Tipo Crônica
Martina, de um ano (Foto: Arquivo Familiar)
Foto: Arquivo Familiar Martina, de um ano

Estava eu tranquilamente (ou não) no parque com as meninas, quando uma senhora se aproxima da gente fazendo cara de fofura para a Mamá. Cara de fofura seria a cara que a gente faz quando achamos algo ou alguém fofo, a quem interessar possa. Pois bem. A senhora puxou conversa comigo e até aí tudo bem, já que ninguém nesse mundo gosta mais de uma boa conversa despretensiosa do que euzinha aqui.

A grande questão é, após perguntar a idade da Mamá, ela soltou essa: “a filha da minha vizinha tem a mesma idade. Precisa ver! A menina é uma lapa de bebê (na intenção de dizer que a menina era bem desenvolvida). E não parou por aí: ela seguiu: “e já anda desde os 10 meses”. Esse comentário veio logo após ela ver que a Mamá ainda se segura em alguns pontos para caminhar. Ela não segue ainda livre, solta e desimpedida.

Eu olhei pra ela com a resposta na ponta da língua, mas hesitei. Se eu respondesse da maneira como eu e você que está lendo esse texto gostaríamos de responder, eu ia ficar pilhada, ia me gerar um mal estar e uma situação muito constrangedora. Eu só disse então: “e a Martina é maravilhosa. Uma “lapa” de bebê também em inúmeros aspectos! Sorri e saí de cena.

O que ela fez? Eu realmente não sei. Mas eu deixo aqui a seguinte reflexão: bebês são únicos, exclusivos. Assim como cada mãe. Eles têm particularidades, assim como as inúmeras maternidades. Cada mãe tem sua própria experiência com seu bebê que não deve acompanhar nenhum outro. Cada um tem seu próprio “tempo”.

Sim, maravilha que seu filho começou a andar com 9 ou 10 meses. Ou que nasceu o primeiro dente com 3 meses. Mas não tome isso como parâmetro para compará-lo com outros bebês que não atingiram esses Marcos na mesma fase exata.

A comparação, em diversos níveis e em inúmeros temas, não é saudável. Não contribui, não agrega. Só gera um sentimento de frustração e decepção que podem ser inúteis e infundados. Transmita isso para quem você puder

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