Rachel Gomes é jornalista, mãe da Serena e da Martina e produz podcasts de maternidade há cinco anos. Em 2022, deu início ao MamyCast, primeiro podcast de maternidade do Ceará, onde aborda pautas informativas sobre maternidade, gestação e infância
Rachel Gomes é jornalista, mãe da Serena e da Martina e produz podcasts de maternidade há cinco anos. Em 2022, deu início ao MamyCast, primeiro podcast de maternidade do Ceará, onde aborda pautas informativas sobre maternidade, gestação e infância
Eu tenho uma relação bastante específica com o romantismo da maternidade. Isso porque eu dei de cara com uma realidade absolutamente diferente da que me foi passada antes de me tornar mãe. As novelas, filmes, séries, as redes sociais, em 2018, ainda não retratavam nem 10% da real rotina de uma mãe de primeira viagem. Isso realmente me afetou. Foi aí que eu comecei a escrever e produzir conteúdo sobre a famigerada maternidade real.
Foi mais ou menos nessa época que um movimento mais intenso de mães mostrando suas realidades (com todos os desafios e percalços que a maternidade propõe às mulheres ) começou a se tornar mais palpável. Esse tal movimento foi tão intenso que acabamos por perder o romance da maternidade por completo e isso me preocupa, vou explicar porque.
Certa vez, uma amiga sentou comigo e disse: “se ser mãe for tão pesado e difícil quanto eu vejo as pessoas ao meu redor falando, eu nao quero isso para minha vida”. Essa fala me pegou bastante. Eu pensei: “em que momento deixamos as partes bonitas da maternidade morrerem por completo?”. Eu conversei com ela e tentei mostrar que era sim um trabalho intenso, muito sério e cheio de muitas responsabilidades, mas eu não conseguia me ver sem essa parte da minha vida de jeito algum.
Eu tentei traduzir pra ela o quão forte e emocionante era esse amor, essa vontade inexorável de fazer alguém feliz e ao mesmo tempo ser feliz com a felicidade desse alguém. Eu tentei. Não sei se ela se convenceu. Não sei se virou mãe (perdi o contato com essa amiga), mas eu queria muito que pudéssemos trazer de volta um pouco do romance da maternidade.
Aquela historinha do cheirinho gostoso do bebê, dos pezinhos e mãozinhas, das risadas gostosas… tudo isso, que acabou se perdendo. Acho muito válido o quanto conseguimos avançar em trazer à tona uma realidade existente e questões que precisam ser debatidas, como a sobrecarga mental das mães, a culpa materna, a solidão materna, dentre milhões de outros pontos absolutamente necessários de serem abordados publicamente de forma mais abrangente. Mas, por favor, vou enfatizar algo que trouxe já anteriormente: “reclamar da maternidade não deveria significar não gostar de ser mãe”. Vamos então voltar à falar um pouco mais das partes boas, deliciosas e inesquecíveis da maternidade?
Ôpa! Tenho mais informações pra você. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.