
Raymundo Netto é jornalista, escritor, pesquisador e produtor cultural, autor de obras premiadas, em diversos gêneros ficcionais ou não. É gerente editorial e gestor de projetos da Fundação Demócrito Rocha.
Raymundo Netto é jornalista, escritor, pesquisador e produtor cultural, autor de obras premiadas, em diversos gêneros ficcionais ou não. É gerente editorial e gestor de projetos da Fundação Demócrito Rocha.
Certo mesmo é que o mundo vai acabar e nós estamos nos esforçando para que isso aconteça eficientemente o mais breve possível.
Com o aumento do rigor da lei seca, ninguém aguenta mais esse mundo azul, certinho, cheio de água que não se pode beber e de céu que não se pode voar.
Depois da onda, quase tsunâmica, do politicamente correto e do patrulhismo ideológico que, ao mesmo tempo em que propaga a diversidade, a tolerância e a ampliação de inter-relações no âmbito étnico, religioso, político, social e o escambau, também impõe uma isonomia de discurso, de preconceito ao preconceituoso, de intolerância ao pensamento diverso, da hipocrisia generalizada, do abecedário artificial de paz e amor. Obviamente, caiado o cidadão planetário, é subir a aba do tapete e perceber a violência do rótulo surgir nos menores desacordos: "Racista!", "Machista!", "Homofóbico!", "Ateu!", "Poeta!".
Daí um empresário holandês decide fazer um reality show, bem ali, não no Schoonenboorch Bastion, mas em Marte! Pois sim, o nosso "Marteas" Beck underground acredita ter em mãos a grande oportunidade de faturar em moedas terráqueas sobre os "nossos heróis" tribestas, alcançando maior audiência do que os jogos olímpicos e a chegada do primeiro homem à Lua (600 milhões de pessoas em 1969).
O projeto Mars One teve início e busca on-line por astronautas, não os lunáticos, mas marciáticos. Como é para participar de reality show, quanto menos aptidões, habilidades intelectuais e técnicas melhor.
É claro, tem que falar inglês, pelo menos os monossilábicos, gostar de malhar e dormir e não ser refratário ao vermelho. Ah, detalhe, miúdo: o programa só garante a viagem de ida, pois o custo da volta inviabiliza o investimento.
Mesmo assim, até agora, mais de 10 mil pessoas de cerca de cem países já enviaram o currículo de um quarto de lauda. Um deles, vejam só, é um jovem chinês que afirma estar cansado de entrar em ônibus e não ter onde colocar os pés!
Algum leitor usuário de topique se candidata?
É só ligar: 0800 até-nunca-mais!
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