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Dez vinhos para fechar o ano
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Renato Brasil é Químico pela UFC, Mestre em Gastronomia pela Universidade Nova de Lisboa, Docente em Enologia da UNICHRISTUS, Sommelier pela Associação Brasileira de Sommeliers - SP, diretor e fundador da ABS-CE, Docente dos cursos da ABS-CE e Consultor de vinhos para Importadores, distribuidores e restaurantes. Atual 3º lugar no campeonato brasileiro de Sommeliers ABS-Brasil 2019.

Renato Brasil gastronomia

Dez vinhos para fechar o ano

Tipo Notícia
Vinho Grey Ventisquero - Single Block Pinot Noir (Foto: Reprodução)
Foto: Reprodução Vinho Grey Ventisquero - Single Block Pinot Noir

Na nossa última coluna de 2024, busco sempre apresentar boas opções do mercado que foram sucessos ao longo dos meses. E se você ainda tem tempo, por que não buscá-las para fechar bem o ano? De espumantes a vinhos de sobremesa, as festas de fim de ano apresentam muita diversidade e os vinhos acompanham com a sua miscelânea de aromas e sabores. Portanto, vamos trazer aqui alguns rótulos que podem, sem dúvida, organizar e fazer das festas grandes momentos de apreciação.

Se você for escolher só um para acompanhar a noite toda, com os mais diversos sabores e texturas, devemos buscar um vinho eclético, de intensidade gustativa intermediária, que tenham um bom conjunto e que não sejam de personalidade muito forte, para não conflitarem com nada nem ninguém. Um espumante do método clássico cumpre sempre bem essa função de início de refeição.

 

Vinho Cave Geisse Blanc de Noirs
Vinho Cave Geisse Blanc de Noirs

Vinhos para fechar o ano

Cave Geisse Blanc de Noirs (Vale dos Vinhedos/ Brasil)

Esta é uma indicação que não podemos deixar de provar pelo menos uma vez no ano. O espumante da Família Geisse que passa 36 meses de autólise, ganhando densidade e complexidade, sem perder a vida, a refrescância. Um 100% Pinot Noir do Vale dos Vinhedos com excelente textura. Sua perlage é fina e cremosa, sem mínima dúvida um dos melhores espumantes do Brasil. Quer impressionar um gringo? Nem pensa duas vezes.

Le Marchesine Audens - Franciacorta (Lombardia/ Itália)

Nem só de grandes vinhos tranquilos vive a Itália. sem dúvida, o país produz alguns espumantes de grande prestígio, como na zona da Lombardia, onde fica Milão, onde se produz os Franciacorta que são espumantes produzidos pelo método tradicional de qualidade internacional. Um desses que marcou o meu ano em 2024 com um dos momentos mais bacanas foi o Le Marchesine Audens, um zero dosaggio "nature", importado para o Brasil pela Sicilianess. Um blend de Chardonnay, Pinot Bianco e Pinot Nero, com 25 meses de autólise, mas com uma complexidade única. Um excelente custo benefício.

Barnaut Champagne Grande Réserve Brut Grand Cru - Champagne (França)

Na degustação do final do ano não pode faltar um champangne. Já no finalzinho de 2024 provei em um petit comité na Enoteca Decanter, em São Paulo, na confraria do Sr. Adolar Hermann, um Barnaut Grande Reserve Brut. Um champagne fabuloso, com uma mescla de 67% de Pinot Noir e 33% Chardonnay, somente de vinhedos próprios na vila de Bouzy. Um espumante com muita fruta ainda, mas já com uma complexidade única, aromas de brioche, abacaxi maduro, na boca a delicadeza e textura de um espumante ímpar. E uma relação custo qualidade para champagne das melhores do mercado, sem dúvida.

Vinho Pequenos Rebentos Lote 03 de Marcio Lopes
Vinho Pequenos Rebentos Lote 03 de Marcio Lopes

Vinhos tranquilos

Se por acaso puder usufruir de mais possibilidades de vinhos e todo o potencial de harmonização, deve-se ter cuidado com algumas situações que podem ajudar muito para conseguir impressionar seus convidados com combinações dos céus. Principalmente por não perder aquele diferencial do prato ou até mesmo do vinho.

Pequenos Rebentos Lote 03 de Marcio Lopes - Vinhos Verdes (Portugal)

Um vinho branco das uvas Alvarinho, Loureiro e Trajadura da região dos vinhos verdes em Portugal. Une a aromaticidade da Trajadura com a refrescância proveniente da acidez da Alvarinho, que formam um vinho floral com notas cítricas, refrescantes e delicadas na boca, muito compatível com a salinidade de frutos do mar e entradas frias como saladas.

Guaspari Vista do Café - Sauvignon Blanc (São Paulo/ Brasil)

Um branco com bastante leveza de acidez, do vinhedo Vista do Café, a aproximadamente 1.180 m de altitude, em Espírito Santo do Pinhal. Um vinho que passa 10 meses em ovos de concreto, em contato com suas leveduras, aportando complexidade e elegância, com ótima intensidade aromática de frutos tropicais. Em boca, apresenta textura envolvente, acidez marcante e final longo. Muito interessante como todos da Guaspari. Ideal para harmonizar com frutos do mar, peixes grelhados, e queijos como brie, ricota e feta.

Redoma Reserva Branco (Douro/ Portugal)

Um dos grandes vinhos do Douro, de vinhas velhas e castas tradicionais portuguesas, o Redoma Branco Reserva é envelhecido 9 meses em carvalho francês, o que dá corpo e untuosidade. Um vinho marcante com DNA de Dirk Niepoort que combina potência e complexidade. Um grande ícone do Douro que certamente harmoniza maravilhosamente com Bacalhau com Natas e Entre Rios.

Vinho Grey Ventisquero - Single Block Pinot Noir
Vinho Grey Ventisquero - Single Block Pinot Noir

Tintos

Grey Ventisquero - Single Block Pinot Noir (Leyda/ Chile)

Uma linha que está muito encaixada na sua relação preço e qualidade é a linha Grey, da vinícola Ventisquero, do Chile. Para apresentar um vinho tinto mais delicado, mas sem perder a personalidade, eu trago o Single Block Pinot Noir. Um vinho único, proveniente de um single block, com muita finesse. A uva Pinot Noir aporta aromas de framboesa, morangos silvestres, notas terrosas e especiarias. Elegante, com taninos macios. Um vinho que faz ótima transição entre pratos.

Vinho Miolo Merlot Terroir (Vale dos Vinhedos/ Brasil)

Dentre os grandes ícones do Brasil, tem um varietal de Merlot, que é uma casta emblemática no Rio Grande do Sul. Com alta intensidade aromática, expressivo caráter varietal de cereja e notas de carvalho, cacau, café, baunilha. A boca é equilibrada, muito boa acidez, com frutas e taninos de excelente qualidade dando ao vinho um corpo médio, mas com muita persistência e qualidade. Sem dúvida um vinho excelente para acompanhar grandes pratos com mais textura.

Seña 2021 (Aconcagua/ Chile)

Um vinho do Valle de Aconcagua, entre cordilheiras, produzido com 70% Cabernet Sauvignon e 30% Carmenere. O que traria uma alma chilena, fez um vinho com 13% de álcool que ainda é vivo, muito complexo e emocionante. O vinho é muito intenso e profundo. Um ícone que ainda vai evoluir lindamente por muitos anos. Sem dúvida um dos melhores do Chile e quem sabe das Américas.

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