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Memória e recordação
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Procurador da República, atuando especialmente nas áreas de Direito Penal, Constitucional e Administrativo é graduado em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará. Especialista em Direito e Processo Tributário e em Direito Constitucional

Memória e recordação

.Houvesse o Brasil se mantido dentro da média de óbitos, aproximadamente 400 mil mortes teriam sido evitadas. São vidas que se foram, e não meras estatísticas. Quais fatores levaram a esse quadro?
Tipo Opinião

Uma das grandes lições que podemos aprender é, nas palavras de Cícero, ser a história mestra da vida. Com efeito, seu ciclo de repetições de fatos e acontecimentos torna clara a necessidade de compreender os eventos passados para entender porque as coisas se dão da forma como se dão, o que pode ser feito para não repetir os mesmos erros e como deixar para as futuras gerações um melhor legado.

Nesse processo ganha especial relevo a memória, a ação de lembrar e recordar, olhando para trás não como um fim, mas como um instrumento para traçar o melhor caminho a ser seguido. É através dela, a memória, que construímos nossa identidade, seja enquanto país, do ponto de vista da cidadania ou individualmente, num somatório de coisas boas e ruins.

No momento em que se registram os cinco anos do início da pandemia no Brasil, não se pode esquecer que, representando 2,7% da população mundial, sofreram os brasileiros quase 13% das mortes causadas pela covid-19. Houvesse o Brasil se mantido dentro da média de óbitos, aproximadamente 400 mil mortes teriam sido evitadas. São vidas que se foram, e não meras estatísticas. Quais fatores levaram a esse quadro? O que pode ser feito para que não se repita? A ação de lembrar em muito contribui para esclarecer e entender.

Ao mesmo tempo em que se exercita a memória, volto aos romanos, para os quais o coração (cordis) era a fonte de todas as lembranças e invoco do ponto de vista pessoal a palavra recordar, ou trazer novamente ao coração. Nesse momento de lembrança, recordar aqueles que se foram, como pais, companheiros, filhos e irmãos, provoca uma combinação de sentimentos e afetos.

No coração falam alto as palavras de afeto destinadas aos que nos deixaram, as experiências que com eles partilhamos e aprendemos, e que nos recordam viverem eles em nós, ao mesmo tempo em que se aprende a conviver com a saudade, vocábulo derivado de solidão, ou sentimento de estar sozinho. Trazer no coração aqueles de quem tanto sentimos a falta é tê-los um pouco conosco e estar menos sozinhos.

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