Rubens Rodrigues é jornalista, editor de Cidades do O POVO. Nesta coluna, trata de assuntos ligados a raça, diversidade e direitos humanos
Rubens Rodrigues é jornalista, editor de Cidades do O POVO. Nesta coluna, trata de assuntos ligados a raça, diversidade e direitos humanos
É seguro dizer que as mulheres pretas e pardas estão mais expostas à violência sexual, psicológica e doméstica no Brasil. A informação está no Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam), lançado pelo Ministério das Mulheres nessa quarta-feira, 24.
De acordo com o relatório, em 2022, mulheres negras correspondiam a 59,8% das mulheres adultas, de 20 a 59 anos, vítimas de violência no País. O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, mostra que as mulheres brancas são 38,3% desse total.
As mulheres negras formam o maior grupo populacional do Brasil (54,5%), conforme verificou o Censo de 2022. Importante destacar que, nos registros do Sinan, os homens são os principais agressores de mulheres.
"As experiências de violência podem ser diferentes em suas formas. Em relação ao tipo de violência em que as vítimas eram mulheres, para o ano de 2022, a física foi a mais registrada, com 45% dos casos, seguida pela violência psicológica/moral (24,2%) e, em terceiro, a violência sexual (17,4%)", destaca o relatório.
Ainda conforme o documento, ao longo de 2022, 67.626 ocorrências de estupros, em que as vítimas eram mulheres, foram registradas no País. Os Dados Nacionais de Segurança Pública, do Ministério da Justiça e da Segurança Pública, mostram que há um estupro a cada oito minutos no Brasil.
O Sinan registrou aumento progressivo nos registros de violência doméstica, sexual e/ou outras violências entre 2013 e 2019, tendência interrompida em 2020, ano da pandemia de Covid-19. A alta voltou a aparecer em 2021. Já em 2022, com 344.242 registros, os números se tornaram os maiores em 10 anos.
"O aumento dos registros pode significar que os profissionais de saúde estão notificando adequadamente os atendimentos de vítimas de violência, portanto, estão notificando mais", diz o documento. "Em outras palavras, o aumento dos registros pode ser devido tanto à melhoria dos registros, quanto ao aumento do número de casos de violência".
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