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Juventude negra, Marielle Franco e Paulo Freire: o Brasil que Madonna celebra
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Rubens Rodrigues é jornalista, editor de Cidades do O POVO. Nesta coluna, trata de assuntos ligados a raça, diversidade e direitos humanos

Juventude negra, Marielle Franco e Paulo Freire: o Brasil que Madonna celebra

Madonna levou crianças ritmistas de escolas de samba do Rio para o palco
Tipo Análise
Madonna levou crianças do Rio para o palco (Foto: Reprodução/Globo)
Foto: Reprodução/Globo Madonna levou crianças do Rio para o palco

Madonna fez show histórico no Rio de Janeiro nesse sábado, 4, para 1,6 milhão de pessoas nas areias de Copacabana. O encerramento da Celebration Tour foi icônico não apenas para o que ele representa na carreira da artista, pois foi o maior que já fez, mas também pela simbologia que carrega ao expor rostos importantes da nossa História recente.

Com um espetáculo pensando para a arena, Madonna "precisou" abrasileirar o show. Um brilho a mais.

As referências brasileiras mostram o quanto Madonna continua atual e atenta às discussões que permeiam um país, inclusive quando homenageia personalidades brasileiras. No número de "Music", levou crianças ritmistas de comunidades do Rio de Janeiro para uma versão em samba do hit estadunidense junto com Pabllo Vittar.

Nos telões, fotos de Marielle Franco, vereadora assassinada em 2018, a deputada federal Erika Hilton e as ministras do Meio Ambiente Marina Silva e dos Povos Indígenas Sonia Guajajara.

Também estiveram entre os homenageados o rapper Mano Brown, Renato Russo (no segmento de "Live to Tell", quando mostrou vítimas da Aids), a jogadora de futebol Marta, o patrono da educação brasileira Paulo Freire e o líder quilombola Zumbi dos Palmares.

 

Essencial lembrar que Madonna tem uma trajetória na defesa dos Direitos Humanos. Nos anos 80, discutiu a liberdade sexual feminina e a importância do combate à epidemia de Aids como nenhuma outra estrela da cultura pop conseguiu.

Ao continuar trazendo esses e outros temas depois de 40 anos de carreira, pasmem, ela choca não só uma sociedade conservadora, racista e homofóbica, mas uma geração que não está acostumada a ver paradigmas serem discutidos e quebrados fora de uma bolha.

Essa posição política fica evidente quando coloca a juventude negra no palco mostrando talento enquanto resgata fotos de figuras relevantes dessa História. A "celebração" de Madonna é também a de um povo.

Foto do Rubens Rodrigues

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