
Psicóloga e psicanalista
Psicóloga e psicanalista
No próximo domingo estaremos exercendo nosso compromisso com a democracia, depositando nas urnas nosso desejo de um mundo melhor. Que a cidade está poluída com bandeiras por todos os lados das vias públicas disputando os votos dos eleitores e a discussão no campo das ideias fica escanteada (enquanto os ataques tomam a linha de frente), isso não é novidade. É sempre assim. O que é lamentável.
Gosto de acompanhar os debates, o horário político na TV e no rádio. Com raras exceções, o nível é desolador. Uma capital como Fortaleza, com mais de 2,4 milhões de habitantes, tem na disputa pela prefeitura nove candidatos enquanto a maior capital do país com quase 12 milhões de habitantes tem dez candidatos na disputa. Tal proximidade quantitativa também tem semelhanças no quesito da falta de civilidade de alguns candidatos.
Sabemos que o Estado não é garantia contra a violência, a destrutividade e a crueldade porque somos animais selvagens, vide o cenário de violência em que vivemos. A cadeira arremessada em um oponente por um candidato a prefeito da capital paulista é só um exemplo de como a violência é humana e de como a barbárie está no seio das sociedades "civilizadas".
Criamos as civilizações como uma tentativa de viver na coletividade, mas essa harmonia falha. Em seu texto "O mal-estar na civilização", escrito em 1929, Freud sinaliza que "nascemos com um programa inviável que é atender aos nossos instintos, mas o mundo não o permite". Isso quer dizer que desde o início convivemos com a frustração porque a natureza não cede e a sociedade está sempre nos exigindo novas restrições. A teoria da civilização do mestre vienense considera a vida em sociedade como um compromisso imposto. As próprias instituições que funcionam para proteger a sobrevivência da humanidade também geram seu mal-estar mas, ainda assim, urge sonharmos com um mundo mais justo, menos desigual.
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