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Que venha 2025!
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Psicóloga e psicanalista

Que venha 2025!

Desde quando o dispositivo psicanalítico foi inventado (final do século XIX) as resistências mais fortes nunca foram do tipo intelectual e sim surgiram de fontes emocionais
Tipo Opinião
Sabrina Matos, psicólogca (Foto: DIVULGAÇÃO)
Foto: DIVULGAÇÃO Sabrina Matos, psicólogca

No calendário chinês 2025 será o ano da Serpente que simboliza sabedoria, adaptação, introspeção. Será também o ano em que o nosso país sediará o encontro de Cúpula dos Brics cuja identidade visual será a árvore amazônica Samaúma que pode atingir 60 metros de altura e 2 metros de diâmetro. A capacidade da "Ceiba pentandra" (nome científico da Guardiã da Floresta, como também é conhecida) de retirar água das profundezas do solo e compartilhar com outras plantas simboliza a cooperação e o desenvolvimento.

Dois mil e vinte e cinco, marca ainda os vinte e cinco anos em que escrevo para este vespertino e o centenário de uma das obras de Sigmund Freud intitulada "As resistências à psicanálise" texto que balizará as discussões do VI Simpósio Internacional de Psicanálise da Unifor, no mês de setembro, no campus da sexta melhor universidade do país.

Nessa obra, o mestre vienense inicia sinalizando que uma criança nos braços de sua babá voltará o rosto, gritando, à vista de um rosto estranho; um homem piedoso começara a nova estação com uma prece e também saudará os primeiros frutos do ano com a benção; um camponês se recusará a comprar uma foice a menos que ela porte a marca registrada que foi familiar a seus pais. O que essas três situações têm em comum, pergunta Freud? Em cada um dos casos estamos lidando com um desprazer da mesma espécie cuja fonte é a exigência feita à mente por algo que é novo.

Desde quando o dispositivo psicanalítico foi inventado (final do século XIX) as resistências mais fortes nunca foram do tipo intelectual e sim surgiram de fontes emocionais, semelhante ao que ocorreu com pelo menos duas inovações científicas anteriores como o heliocentrismo de Copérnico, que pôs abaixo o geocentrismo e a teoria evolucionista de Darwin, que pôs abaixo a barreira arrogantemente erguida entre os homens e os animais.

Dois golpes psicológicos no narcisismo dos homens ao qual se junta a psicanálise, considerada por seu inventor, como sendo o terceiro golpe, a terceira ferida narcísica, na medida em que desbanca a razão e sustenta que não somos regidos pela consciência, pela razão e sim pelo inconsciente.

Que o ano novo que desponta possa demarcar sabedoria, cooperação, desenvolvimento e também aponte para voltarmos a lente dos nossos sofrimentos para as escolhas que fazemos. Depois de Freud não dá pra ficar culpabilizando Deus e o mundo pelas nossas dores. Somos responsáveis pelas escolhas que fazemos! Feliz Ano Novo!

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