O ex-jogador Sérgio Redes, ou
O ex-jogador Sérgio Redes, ou
Vez por outra, a frase do escritor português Jorge Reis–Sá me vem à mente: “O futebol é a recuperação semanal da infância”. Desta vez, lembrei do Paulo Alexandre Negreiros de Andrade, médico pediatra e membro da Sociedade Brasileira dos Médicos Escritores, Sarava!
Envolto nesse clima de paixão, vasculho a biblioteca e encontro o que procurava: Diários de Francisco Silva. Autor: Paulo Alexandre. Folheio o livro e lembro quando li pela primeira vez, fiquei tocado com o amor do personagem Francisco pelo Ceará Sporting Club.
Esse fio condutor que liga o futebol à sociedade exerce um enorme magnetismo. Os exemplos estão por aí. Tem ditado popular avisando que em time que está ganhando não se mexe. Que o mal do urubu é pensar que o boi está morto. Dia de muito é véspera de pouco.
O futebol vive trocando passes com as coisas da vida. Foi com esse pensar que liguei para o Paulo Alexandre perguntando. Respondeu de prima! “Sou fã do futebol de salão dos anos 60 no Ceará. Fernandinho, Cacá, Zé Milton e Leonel. Eram geniais! Jogo dinâmico de dribles e arremates certeiros”.
Lamenta que a preparação física tenha contribuído para que os jogadores de talento sumissem. Segundo ele, a correria aumentou, as quadras diminuíram, as manobras defensivas passaram a ter uma grande relevância e os jogadores fortes e intensos passaram a dominar os elencos.
Se do salão ele sentia saudades, imagina do futebol de campo. Recita, como se fosse uma poesia, a seleção brasileira de todos os tempos: Gilmar; Cafu, Domingos da Guia, Aldair e Nilton Santos; Zito e Rivelino; Garrincha, Pelé, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo Fenômeno.
Como se vê, nenhum jogador da atualidade. Diz para mim que no tempo em que o futebol era lúdico e espontâneo, o Brasil era invencível. Um fator o impressiona negativamente e diz que o Francisco do livro também não suportaria. Ter a posse da bola não significa mais nada.
Pelo contrário, chegam a entregar a bola para o adversário. Marcação forte, ocupando todos os espaços defensivos pensando no contra-ataque, é mortal. E aí, se esse movimento vingar, o futebol não será mais a recuperação semanal da infância. A bola vai ficar de luto.
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