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Intensidade
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O ex-jogador Sérgio Redes, ou

Intensidade

Essa mesma energia que liga os jogadores e os mantém acesos por um período de tempo também pode gerar ansiedade na busca da vitória
Tipo Crônica
Jogadores do Fortaleza comemoram gol no jogo Fortaleza x Juventude, no Castelão, pelo Campeonato Brasileiro Série A 2024 (Foto: Leonardo Moreira/Fortaleza EC)
Foto: Leonardo Moreira/Fortaleza EC Jogadores do Fortaleza comemoram gol no jogo Fortaleza x Juventude, no Castelão, pelo Campeonato Brasileiro Série A 2024

Intensidade é a palavra da moda. Tem sido usada pelos comentaristas e técnicos no futebol mundial. Diz-se que uma equipe é intensa quando seus jogadores, além das qualidades físicas, tipo força e velocidade, têm a consciência do jogo coletivo e pressionam o adversário.

É preciso muita concentração. Como se todos os jogadores estivessem eletrificados e ligados por um fio na mesma fonte. Assim foi o Fortaleza no segundo tempo contra o Criciúma. Quando o adversário pegava na bola, tinham dois ou três para marcá-lo.

De posse da bola, os tricolores iniciavam as manobras ofensivas pelos lados do campo. A maioria delas pelo lado esquerdo, onde Felipe Jonatan e Moisés davam as cartas. Tabelinhas, paradas bruscas, saídas rápidas, busca de espaço vazio e corta luz. Fizeram de tudo, menos o gol.

Com as jogadas concentradas pelo lado esquerdo, a bola sempre estava no pé de Moisés. A questão é que, por característica própria, ele tende a driblar de fora para dentro, e, inteligentemente, seu marcador fechava o lado de fora, obrigando a driblar para o lado de dentro.

Era tudo que Moisés queria e só não funcionou porque tinham sempre jogadores na cobertura. A entrada de Marinho pelo lado direito atraiu a atenção do Criciúma para o outro lado e, curiosamente, o gol de empate do Fortaleza surgiu de uma falta sofrida pelo próprio Marinho.

O jogo terminou 1 a 1 e ficou claro que não basta ter intensidade para vencer uma partida. O futebol tem seus mistérios, e essa mesma energia que liga os jogadores e os mantém acesos por um período de tempo também pode gerar ansiedade na busca da vitória.

Ansiosos por fazer o gol, os atacantes do Fortaleza entravam na área adversária e não conseguiam ver mais nada. Nem a posição em que o goleiro se encontrava, nem um companheiro que estivesse mais bem colocado para a finalização. O lance do Kayzer foi um absurdo.

Impossível manter o ritmo de jogo do segundo tempo até o fim. Tostão, certa feita, escreveu: “É preciso saber o momento certo de diminuir ou aumentar o ritmo, de avançar e reter a bola. Assim funciona o coração, sístole e diástole, contração e relaxamento. Assim é a vida”.

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