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Em busca do ouro
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O ex-jogador Sérgio Redes, ou

Em busca do ouro

Diversos manuais de iniciação esportiva rezam que quanto mais modalidades a serem praticadas na infância, melhor para a criança
Tipo Crônica
Bolas do Campeonato Brasileiro Série A 2024 (Foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC)
Foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC Bolas do Campeonato Brasileiro Série A 2024

Lembro de uma entrevista dada pelo cearense Márcio Araújo, medalha de prata em Pequim, agradecendo a seu pai, Manoel Araújo, ex-árbitro de futebol e futsal, por ser seu principal incentivador e responsável pelo seu sucesso. O "paitrocínio" sempre foi o caminho.

Depois que o atleta se destaca, os patrocinadores aparecem, mas, no início, é osso. Quando passava pelas quadras da Volta da Jurema e o via treinando, pensava: "O filho do Manoel Araújo". Com o sucesso do filho, o Manoel passou a ser conhecido como o pai do Márcio.

A evolução do pensar que leva o brasileiro a entender que o esporte tem grande importância no desenvolvimento de uma nação ainda engatinha. O preconceito é antigo. Atividades tipo correr, saltar, arremessar, jogar, nadar sempre foram tidas como brincadeira de rua.

Uma vasculhada na infância dos mais antigos e todos lembram quando o pai e a mãe iam atrás do menino que fugia escondido. Quando era encontrado: “Entra pra dentro de casa. Só quer brincar. Tem que estudar para ser gente”. E tome Português e Matemática!

Brincar é fundamental! Os jogos e as atividades físicas desenvolvem o esquema corporal e as orientações espacial e temporal. Diversos manuais de iniciação esportiva rezam que quanto mais modalidades a serem praticadas na infância, melhor para a criança.

A teoria das inteligências múltiplas, do sociólogo Howard Gardner, professor de Harvard, vai além das inteligências definidas pelas capacidades lógica e linguísticas e defende a existência de uma inteligência corporal e cinestésica, que se desenvolve na formação do atleta.

Imaginemos um momento em que um jogador atacante tem a posse da bola e vai dar um passe decisivo. Em milésimos de segundo, ele “calcula” tudo o que se passa em volta. Os movimentos e a velocidade de companheiros, dos adversários da bola e dos obstáculos.

Portanto, acabemos com essa visão de que o esporte é uma coisa menor e, por conta disso, tem o menor orçamento a nível federal, estadual e municipal. Precisamos formar uma base de milhares de praticantes. Quem não se transformar num atleta passa a ser um cidadão de ponta.

Foto do Sérgio Redes

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