Carioca de nascimento, mas há décadas radicado no Ceará, Sérgio Rêdes — ou Serginho Amizade, como era conhecido nos campos —, foi jogador de futebol na década de 1970, tendo sido meia de clubes como Ceará, Fortaleza e Botafogo-RJ. Também foi técnico, é educador físico, professor e escritor. É ainda comentarista esportivo da TVC, colunista do O POVO há mais de 20 anos e é ouvidor da Secretaria do Esporte e Juventude do Estado
O batedor ajeita a bola para lançá-la. E tome bola pelo alto na área. Aliás, antes da bola ser lançada, assistimos a um festival de "gentilezas" proporcionado pelos atacantes e defensores
Foto: Ricardo Duarte/Internacional
Gustavo Prado comemora gol no jogo Internacional x Fortaleza, no Beira-Rio, pelo Campeonato Brasileiro Série A 2024
Falta feita por uma equipe na sua intermediária e nas laterais do campo dispara o gatilho do locutor do rádio ou da televisão. Excitado e sensacionalista, ele desperta o torcedor: "Os zagueiros vão para a área!". "Determinado jogador é muito bom na bola pelo alto".
O batedor ajeita a bola para lançá-la. E tome bola pelo alto na área. Aliás, antes da bola ser lançada, assistimos a um festival de "gentilezas" proporcionado pelos atacantes e defensores, se agarrando e empurrando um ao outro dentro da área penal, sob as vistas do árbitro.
Ele até que tenta controlar essa movimentação, sinalizando, com gestos manuais, aos possíveis infratores que o VAR está de olho. O efeito é quase nenhum. O agarra-agarra continua e raramente a equipe de arbitragem, e aí incluído o VAR, marca uma falta nestas situações.
Enfim, a falta é batida. A bola descreve uma parábola e desce na área penal. Os jogadores que participam do lance saltam de braços abertos para ganhar equilíbrio, se proteger, ocupar espaço e atrapalhar o adversário na tentativa de se defender ou fazer o gol.
Nesse movimento, sobram mãos e cotovelos para todos os lados. Sei que o futebol é um jogo de contato físico, mas a predominância da preparação física sobre a técnica estimula a marcação, e o resultado é que as contusões no rosto e na cabeça se multiplicaram.
E pensar que no tempo em que éramos os melhores do mundo, o falecido técnico Gentil Cardoso orientava seus jogadores com um aforismo: "A bola é feita de couro. O couro vem da vaca. A vaca gosta da grama. A bola gosta de rolar na grama”. Simples assim.
Foi uma bola pelo alto que deu a vitória ao Internacional, quarta-feira passada, 11, no jogo contra o Fortaleza. Escanteio contra o Fortaleza. A bola pererecou dentro da área penal tricolor. Empurra daqui, empurra dali, a bola sobrou para um colorado e terminou dentro do gol.
O zagueiro Brítez alegou que foi empurrado e a imagem confirma que ele foi pressionado por trás. O Fortaleza, além de ter tomado o gol e ser prejudicado com a derrota, ainda perdeu seu zagueiro, que tomou um cartão vermelho. Bola alta na área é um perigo.
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