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Nem sombra das chuteiras imortais
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O ex-jogador Sérgio Redes, ou

Nem sombra das chuteiras imortais

São muitos os fatores que mostram uma decadência na seleção. A exportação é um deles. Não temos nenhum ídolo
Tipo Crônica
Camisas da seleção brasileira no vestiário antes do jogo Paraguai x Brasil, no Allegiant Stadium, pela Copa América 2024 (Foto: Rafael Ribeiro/CBF)
Foto: Rafael Ribeiro/CBF Camisas da seleção brasileira no vestiário antes do jogo Paraguai x Brasil, no Allegiant Stadium, pela Copa América 2024

Zapeando o YouTube com o controle remoto, de repente um card com a chamada: “A Sombra das Chuteiras Imortais”. Meu Deus! Obra-prima do dramaturgo e escritor Nelson Rodrigues. Cobrem o período mais rico e fascinante do futebol brasileiro.

Os campeonatos mundiais de 1958 e 1962 e o tricampeonato mundial de 1970. Textos e crônicas ressaltando as vitórias da seleção de futebol, que, segundo ele, expulsaram da nossa vida o complexo de vira-latas e nos despertaram o orgulho de ser brasileiro.

Passamos a viver encantados com o futebol. Jogo da seleção era uma festa. O País inteiro se vestia de verde e amarelo e vivíamos deslumbrados com a magia de Pelé, os dribles de Garrincha, os passes inteligentes de Tostão, o ritmo da equipe ditado por Gérson.

Daí para frente, toda semana a gente recuperava a infância e a multidão de ídolos ia surgindo, com os craques nascendo do Oiapoque ao Chuí. Romário, Bebeto Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno e tome mais dois campeonatos mundiais. Um em 1994, e o outro, em 2002.

O mundo já tinha despertado para o jogador brasileiro e passamos a exportar essa mão de obra. Os europeus se organizaram e ao perceberem que o futebol não era só um esporte lúdico e também um excelente negócio comercial, fizeram do mercado a estrela-guia do futebol.

E começou o êxodo de jogadores. O sonho de um brasileiro, que era jogar na seleção de seu país, passou a ser jogar no exterior e, embora mesmo jogando no exterior, ainda quisesse ser convocado, estabelecia comparações entre jogar no Brasil e no exterior.

E a seleção começou a colher péssimos resultados. Até que, um dia, foi o mais péssimo dos péssimos. Tomamos de 7 a 1 da Alemanha numa partida de semifinal. E pior! Foi no Mineirão, em Belo Horizonte, numa partida de Copa do Mundo realizada no Brasil.

São muitos os fatores que mostram uma decadência na seleção. A exportação é um deles. No momento, disputamos as Eliminatórias e estamos mal. Não temos nenhum ídolo. Se vivo fosse, Nelson Rodrigues escreveria: “Nem Sombra das Chuteiras Imortais”.

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