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O mercado da bola do Ceará e o DNA alvinegro
Foto de Sérgio Rêdes
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Carioca de nascimento, mas há décadas radicado no Ceará, Sérgio Rêdes — ou Serginho Amizade, como era conhecido nos campos —, foi jogador de futebol na década de 1970, tendo sido meia de clubes como Ceará, Fortaleza e Botafogo-RJ. Também foi técnico, é educador físico, professor e escritor. É ainda comentarista esportivo da TVC, colunista do O POVO há mais de 20 anos e é ouvidor da Secretaria do Esporte e Juventude do Estado

O mercado da bola do Ceará e o DNA alvinegro

Jogador de futebol não é como árvore que você planta, rega e estima em que tempo vai colher os frutos
Ceará vendeu Erick Pulga para o Bahia por cerca de R$ 18 milhões (Foto: CAIO ROCHA/ESTADÃO CONTEÚDO)
Foto: CAIO ROCHA/ESTADÃO CONTEÚDO Ceará vendeu Erick Pulga para o Bahia por cerca de R$ 18 milhões

Torcedores do Ceará cruzam comigo pelas ruas e pelos bares da vida e me perguntam sobre as contratações. Respondo que é prematura qualquer avaliação. Jogador de futebol não é como árvore que você planta, rega e estima em que tempo vai colher os frutos.

Como escreveu Geraldo Vandré na sua “Disparada”, com gente é diferente. É necessário um período de adaptação, e como esse tempo é mínimo porque os resultados devem ser imediatos, com certa frequência jogadores com boa história em um clube pode não dar certo em outro.

O Ceará vai penar. Não vou me perder imaginando quantos jogadores o Vovô vai contratar, mas a julgar pelas articulações que são publicadas pela mídia esportiva, vão ser contratados uns 18 jogadores. E o pior! Não entendi a venda do Erick Pulga e do Saulo Mineiro.

Quem acompanhou a ascensão do Ceará para a Série A sabe o sacrifício. As partidas irregulares se sucediam e quando se esperava que a equipe subisse para o G-4 ela se mantinha entre os 10. Embora fizesse uma campanha irregular, tinha o melhor ataque do campeonato.

E aqui, caro leitor, é preciso tirar o chapéu para o artilheiro Erick Pulga e para Saulo Mineiro. Foram fundamentais nas partidas decisivas, daí a gente não compreender a venda dos dois jogadores. Ora! O time tinha que melhorar? Sim! E começa vendendo seus melhores jogadores.

Tarcísio, meu amigo de caminhadas na Beira Mar e conselheiro do Ceará, me diz que o clube precisava de dinheiro e o jeito foi negociar o Saulo e o Pulga. Pior ainda! Tendo como bússola o mercado, o clube negocia seus dois melhores jogadores e arrisca em contratações.

Se fora do campo tem uma turma que faz a grana correr dentro do campo, na maioria das vezes as contratações não dão certo. São raras as equipes que mantêm uma base e quase o mesmo time ano após ano. Palmeiras, Flamengo e Fortaleza são exceções.

Por outro lado, o Ceará conta com alguns trunfos. A presença de sua magnífica torcida nos jogos a serem realizados no Castelão levanta o moral da equipe. Há de se contar ainda com a tranquilidade de Léo Condé, que, no comando da equipe na Série B, mostrou firmeza e assertividade.

Foto do Sérgio Rêdes

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