Carioca de nascimento, mas há décadas radicado no Ceará, Sérgio Rêdes — ou Serginho Amizade, como era conhecido nos campos —, foi jogador de futebol na década de 1970, tendo sido meia de clubes como Ceará, Fortaleza e Botafogo-RJ. Também foi técnico, é educador físico, professor e escritor. É ainda comentarista esportivo da TVC, colunista do O POVO há mais de 20 anos e é ouvidor da Secretaria do Esporte e Juventude do Estado
Os resultados negativos provocaram um curto-circuito na fonte que gerava essa enorme energia e estabelecia uma relação eletrificada com o Tricolor do Pici
Foto: Mateus Lotif/Fortaleza EC
Alex Santiago e Marcelo Paz na chegada ao Castelão para o jogo Fortaleza x Corinthians, pela Copa Sul-Americana 2024
Torcedores do Fortaleza cruzam comigo pelas ruas e bares da cidade e me perguntam sobre o Leão. Devo dizer que prefiro Leão a Laion, até porque quando fui campeão cearense em 1973, pelo Fortaleza, a língua inglesa ainda engatinhava nos Ibeus da vida.
Embora tenha amigos conselheiros do Fortaleza e um apreço pelo Marcelo Paz, não sou de ficar especulando o que se passa dentro do clube. Tenho dificuldades em ser um repórter investigativo e, no caso, então, faço uma leitura diferente do que foi publicado.
Renúncia? Demissão? Evidente que para o Alex Santiago faz diferença, visto que se apresentou dizendo que pediu demissão. Para mim, não faz diferença renúncia ou demissão, visto que, sendo diretor de futebol, era responsável pela formação do elenco.
O clube explicou em um comunicado à mídia esportiva que o diretor transgrediu um procedimento ético. Entendo que foi por conta do péssimo inicio de temporada. O Fortaleza terminou o Campeonato Brasileiro de 2024 entre os quatro melhores colocados.
Essa classificação garantia uma vaga na Copa Libertadores. À exceção de Hércules, negociado com o Fluminense, manteve o mesmo elenco. Portanto, pôde se dar ao luxo de sair pelo mercado com uma lupa na mão, sem nenhuma pressa, procurando por dois ou três jogadores que somariam aos que lá estavam.
E os três jogadores chegaram. David Luiz, 37 anos, Pol Fernández e Deyverson, ambos com 33 anos. Comum a todos os três, a história em grandes clubes mundiais e a perfeita execução dos fundamentos técnicos. Além de jogarem bem, projetavam o Fortaleza em um patamar superior.
Na prática não foi assim. Os resultados negativos provocaram um curto-circuito na fonte que gerava essa enorme energia e estabelecia uma relação eletrificada com o Tricolor do Pici. A energia que percorria esse fio, como se fosse um rastilho de pólvora, e acendia uma chama no coração deu lugar a um blackout.
A visibilidade proporcionada pelo futebol é grande, o espaço conquistado pelo Fortaleza é um luxo e a vaidade é um pecado capital de todos nós. É preciso botar a cabeça no lugar e perceber que unir é coisa difícil e como dizia o mestre Augusto Pontes: "A união só se faz à força".
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