Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ. É mestre em Educação (UFC), doutora em Filosofia e História da Educação (PUC/SP) e tem Pós-Doutorado pela Universidad Nacional de Educacion a Distancia (UNEd), Espanha. Sua trajetória acadêmica registra 84 artigos, 133 capítulos de livros, livros e/ou organização de livros e 70 orientações (Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado)
Se os bairros nobres ostentam aqui e ali espaços de lazer em harmonia com a natureza, a periferia sofre com calor, poluição e falta de esgotamento sanitário
No apagar das luzes da administração que se encerra, é possível afirmar que a gestão municipal cumpriu a bom termo seu dever em educação: expandiu a oferta de ensino em todas as etapas sob sua responsabilidade, ampliou as escolas de tempo integral, qualificou seus professores e se destacou por melhorias significativas nos indicadores de qualidade educacional, dentre outros avanços.
A escola municipal não é a mesma, como também não são seus professores que tiveram reconhecimento de sua produção, oportunidade de fazer cursos de pós-graduação stricto sensu através do Observatório da Educação (Lei n° 11.207/2021) e participar de intercâmbios em outros países.
A cidade, porém, quer mais. A despeito de todo o esforço, o que faz a manchete do dia é a carência de vagas em creches de Fortaleza (O POVO, 27/11/2024), embora uma análise cuidadosa dos dados permita verificar que o Ceará e Fortaleza têm os melhores indicadores de cobertura do Nordeste entre estados e capitais.
Administrar Fortaleza é desafio complexo. Seu crescimento desordenado separa e aparta ricos de pobres, delegando à população mais vulnerável os territórios menores e mais depreciados. Se os bairros nobres ostentam aqui e ali espaços de lazer em harmonia com a natureza, a periferia sofre com calor, poluição, falta de esgotamento sanitário etc. Essas e outras mazelas são desafios para a gestão a se iniciar em 2025. A educação não foge à regra.
É preciso fazer mais e melhor pelos que mais necessitam. Isto inclui políticas de equidade que contribuam para dirimir não apenas as desigualdades econômicas e sociais mais amplas, como também aquelas mais sutis, inscritas no interior da própria rede, como por exemplo a convivência entre creches patrimoniais e parceiras, cujas diferenças marcantes ocultam desigualdades profundas de atendimento às crianças que as frequentam.
Espera-se que os próximos passos se orientem para dar continuidade às conquistas obtidas, com foco nos desafios da equidade, da expansão e da qualidade de toda a rede. Fortaleza merece sonhar e vir a ser a capital com a melhor educação do país.
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