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Calor e Aprendizagem
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Professora do Programa de Pós-Graduação em Educação da Uece e consultora da FGV-RJ. É mestre em Educação (UFC), doutora em Filosofia e História da Educação (PUC/SP) e tem Pós-Doutorado pela Universidad Nacional de Educacion a Distancia (UNEd), Espanha. Sua trajetória acadêmica registra 84 artigos, 133 capítulos de livros, livros e/ou organização de livros e 70 orientações (Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado)

Calor e Aprendizagem

.O que fazem as escolas do semiárido frente às inclemências da seca? Para avançar o conhecimento a esse respeito devemos rever estudos já feitos, comparar resultados e fazer novas análises
Tipo Opinião
Calor
 (Foto: Fábio Lima)
Foto: Fábio Lima Calor

Os impactos da crise climática no mundo atingem níveis sem precedentes, como revela o novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), vinculada à ONU. Sendo a educação parte deste cenário, o tema tem sido aprofundado em estudos (d3e.org.br) e debates recentes, incluindo encontro realizado este mês pela organização Todos pela Educação.

Documentos do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento são enfáticos em afirmar os efeitos negativos do calor sobre a aprendizagem. Apontam que em municípios de alta temperatura no Brasil, as perdas de aprendizagem motivadas pelo calor chegam a 1% ao ano.

É verdade que as atividades humanas são fortemente comprometidas pelo aquecimento global. Medidas de alto e baixo impacto para redução de temperatura em escolas devem ser acionadas em favor de ambientes mais aprazíveis, com presença de natureza, sombra, livre circulação de ar, cores claras etc. Promover iniciativas para mitigar tais problemas é ação estratégica diante da constatação de que 1/3 das escolas localizadas em capitais brasileiras não possuem qualquer espaço verde e que mais de 350 mil crianças estudam em zonas de risco climático (alana.org.br).

Em contrapartida a esses e outros fatores, é oportuno lembrar que hoje, municípios com bons indicadores nos anos iniciais e finais do ensino fundamental estão localizados no Nordeste. Neste caso é importante lembrar que as políticas educacionais são integradas por fatores diversos dos quais as questões climáticas constituem importante, mas não único componente; e ainda, precisamos investigar melhor a relação entre calor e resultados educacionais.

Se é fato que altas temperaturas impactam a aprendizagem, a resiliência climática reiterada em documentos e recomendações implica em formas de convivência com o calor que merecem ser aprofundadas. O que fazem as escolas do semiárido frente às inclemências da seca? Para avançar o conhecimento a esse respeito devemos rever estudos já feitos, comparar resultados e fazer novas análises. Afinal, Sobral e outros destaques nacionais convivem com tórridas temperaturas.

 

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