Por Hamilton Nogueira. Pedagogo, jornalista, ex-analista de sistemas e mestre em Ciência Política com trabalho em Desinformação. Escreve sobre Tecnologia na perspectiva do comportamento, desenvolvimento e esperança de dias melhores
Por Hamilton Nogueira. Pedagogo, jornalista, ex-analista de sistemas e mestre em Ciência Política com trabalho em Desinformação. Escreve sobre Tecnologia na perspectiva do comportamento, desenvolvimento e esperança de dias melhores
Desinformação é guerra, fake news é projétil. Projéteis matam ou ferem indivíduos. E prejudicam pontualmente porque trazem instabilidade, raiva, processos jurídicos, derrotas e sofrimento. Mas só quem está no entorno percebe com clareza o dano causado. Nada agradável ter seu nome envolvido em uma injustiça, em uma falsa polêmica, em recorte criminoso de fala a fim de que seja potencializado na rede. A saúde, inclusive, paga um preço.
No caso da desinformação, não sofremos necessariamente de forma direta, mas nos percebemos dentro de um contexto de sofrimento sem direito à reação. Daí a comparação com a guerra. Mesmo numa zona fora do bombardeio, a vida não transcorre normal.
A democracia, os investimentos, andamentos de projetos, contratos, trabalhos, planos de longo prazo, e até uma ida à padaria passa a ter ritmo próprio, temeroso, cadenciado pela incerteza, esperando o porvir.
Vamos aos exemplos: quando um criminoso diz que, por meio do CPF ou algo que o valha, terá acesso a quem o cidadão votou, isso é mentira. Pura e simplesmente, mentira. Quando tal mentira vem na forma de um link envelopada com título, com foto, um logotipo de algum blog simulando veículo jornalístico profissional, estamos diante de uma fake news. News de notícia, embora fake.
Já para um contexto mentiroso, amplo, daremos o nome de desinformação, porque se trata de ambiente dentro do qual é difícil até mesmo se posicionar por insalubre que se torna. Exemplo: uma candidatura antissistema que toma conta do país e vira pauta prioritária nacional.
Esta candidatura, em busca de atenção, não desenvolve uma única solução para fazer avançar o país, para resolver os claros problemas do... sistema! O que o antissistema consegue, na verdade, é turvar o ambiente, deixando-o confuso para que consiga trafegar sua desonestidade discursiva em busca do poder.
O antissistema, de forma explícita ou sutil, promete destruir o sistema. Porém, sistemas são necessários. Representam a regra do jogo como diz Bobbio. Porque, óbvio, todo jogo precisa ter regra. Do contrário não tem jogo, mas sim disputa sanguinária. Ganha o mais forte.
Não o que fará um bem maior ao coletivo. Invariavelmente, o antissistema tem como beneficiário do seu sucesso, apenas o sucesso próprio. Nunca o todo.
E é preciso entender que as disputas muito se dão na casa da palavra, do discurso, da narrativa, fluindo pela web. Veja que o debate acerca da segurança das urnas eletrônicas voltou para o local correto: academia, técnicos, estudiosos. Porque o ambiente de desinformação ao qual a urna eletrônica foi submetida, sob a máscara vil da preocupação com pleito, perdeu força.
Neste sábado, parcela importante da sociedade, até então alheia à campanha, decidirá o voto de amanhã. A internet, uma das mais fabulosas invenções da humanidade, está repleta de conteúdos que podem ajudar na decisão. Analise com cuidado. Fuja dos projéteis. Evite as guerras.
Atlântico Experience é o nome do evento a ser realizado pelo Instituto Atlântico no dia 17 de outubro, com foco em inovação, tecnologia e educação sob viés das tendências para o futuro do Brasil. Painéis exclusivos para convidados, das 13h às 17h, e uma Feira de Negócios aberta ao público, a partir das 17h30.
O Brasil ocupa a 54ª posição no Índice Global de Inovação e deve atingir um mercado de software de US$ 13,3 bilhões até 2025, segundo o Gartner. Nesta primeira edição do Atlântico Experience, serão abordados temas a exemplo de Inteligência Artificial, Inovação Aberta, Educação Data-Driven, conectando universidade, educação executiva, mercado e startups.
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