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Vereador protocola projeto para proteger área cotada para receber o Fortal
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Vertical política

Vereador protocola projeto para proteger área cotada para receber o Fortal

Lei criaria Área de Relevante Interesse Ecológico no entorno do aeroporto Pinto Martins; projeto inclui parecer de diversos especialistas do setor
FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL,18.05.2024: Protesto contra local de realização do Fortal. aeroporto Pinto Martins. (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA FORTALEZA, CEARÁ, BRASIL,18.05.2024: Protesto contra local de realização do Fortal. aeroporto Pinto Martins.

O vereador Gabriel Aguiar (Psol) protocolou nesta terça-feira, 4, um projeto de lei que cria a Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie) Floresta do Aeroporto, que protegeria como Unidade de Conservação Sustentável extensa área de vegetação localizada no entorno do aeroporto Pinto Martins, em Fortaleza.

A nova Arie envolveria diversos trechos de vegetação nativa da região, compreendendo inclusive o terreno cogitado para receber a edição do Fortal de 2025. A proposta é referendada por um parecer técnico elaborado por dez dos maiores especialistas em Biologia, Ecologia, Física Geografia e Conservação de Recursos Naturais do Ceará.

Na justificativa do projeto, Aguiar destaca tanto a existência de trechos de Mata Atlântica na região, quanto potencialidades da Arie de atuar como agente de redução dos efeitos da crise climática na Capital. "(Inclusive para) amortecer efeitos do escoamento artificial, inundações e processos erosivos derivados de precipitações que assolam os bairros vizinhos ao Aeroporto, diminuindo a vulnerabilidade da população”, diz.

A área prevista para a nova Unidade de Conservação inclui terreno de 20 hectares que chegou a ser cotado para a realização do Fortal de 2024. Após polêmica envolvendo falta de licenciamento ambiental para intervenções na área, no entanto, a obra acabou embargada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama). A proposta de levar a Cidade Fortal para a região, no entanto, segue prevista para edições futuras do evento.

Anexado ao projeto, parecer de especialistas destaca que menos de 20% da extensão de Fortaleza permanece hoje como área vegetada ou de superfície aquática. “Em um contexto de extensas áreas impermeabilizadas, as áreas verdes remanescentes possuem uma importância ambiental crucial, permitindo a sobrevivência da fauna e flora nativas”, afirmam.

“Deve-se atentar para a relevância ambiental da área, que tem um potencial de abrigar três espécies ameaçadas de extinção: o gato-do-mato Leopardus emiliae, a jacupemba Penelope superciliaris e o morcego Furipterus horrens, mantendo a conexão dessas populações no corredor ecológico que vai da Serra de Aratanha, na nascente do Rio Cocó, até a foz na Sabiaguaba”, diz ainda o parecer.

Parecer de especialistas

Assinam o parecer Alexandre Araújo Costa (PhD em Ciência Atmosférica e professor da Uece na graduação em Física e do Mestrado em Climatologia), Eliane de Oliveira Ferreira (doutora em ciências pela UFRJ), Fábio de Paiva Nunes (Mestre em Ecologia e Recursos Naturais pela UFC), Gabriela Ramires (Especialista em Desenvolvimento Sustentável e Gestão Ambiental), Jeovah Meireles (pesquisador sênior do CNPq e professor do Departamento de Geografia da UFC), Maria Juliana Borges Leite (doutora em Ecologia e Recursos Naturais pela UFC), Liana Rodrigues Queiroz (Doutora em Ciências Marinhas Tropicais), Thieres Pinto (especialista em conservação de biodiversidade), Vanda de Claudino Sales (pós-doutora em Geomorfologia Costeira e professora da Universidade Federal de Pelotas) e Vicente Vieira Faria (doutor em Ecologia e Biologia Evolutiva).

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