Vertical é a coluna de notas e informações exclusivas do O POVO sobre Política, Economia e Cidades. É editada pelo jornalista Carlos Mazza
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O prefeito José Sarto (PDT) enviou à Câmara Municipal de Fortaleza projeto indicando a advogada Eliani Arrais para um mandato, com duração mínima de quatro anos, como conselheira da Autarquia de Regulação, Fiscalização e Controle dos Serviços Públicos de Saneamento Ambiental de Fortaleza (ACFOR).
A matéria aguarda análise das comissões da Casa, mas já gera incômodo entre aliados do prefeito eleito Evandro Leitão (PT). Como o cargo segue mandatos previstos em lei, a aprovação ainda neste ano garantiria o cargo para Arrais, atual superintendente adjunta da Agência de Desenvolvimento da Economia do Mar (Ademfor), até dezembro de 2028.
Atualmente, a matéria aguarda parecer de Didi Mangueira (PDT), vice-líder do governo, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal. Último indicado pelo prefeito para o conselho da ACFOR, o economista Alberto Gradhvol possui recebeu nos últimos meses remuneração mensal de R$ 12,2 mil da Prefeitura de Fortaleza
“(A indicação) é uma falta de respeito com o prefeito eleito, uma falta de respeito com os vereadores”, avalia o vereador Júlio Brizzi (PT). “Isso feito depois de uma eleição onde mais de 80% dos eleitores votaram contra o projeto do prefeito, tudo sem nenhuma conversa com a equipe de transição (...) o bom senso mandaria que a indicação ficasse para o próximo prefeito”, diz.
O vereador afirma ainda não existir “nenhuma chance” de acordo com a futura base do prefeito para votação do projeto ainda neste ano. “Não tem acordo e nós não vamos votar essa história”, diz. Outros aliados de Evandro também questionaram relação familiar da indicada com o secretário Renato Lima (Governo), um dos mais influentes da gestão Sarto.
Questionado sobre o tema, o líder do governo na Câmara Municipal, Iraguassú Filho (PDT), minimizou indicação “aos 45 minutos do segundo tempo” para a vaga. “Até 31 de dezembro o Sarto é prefeito de Fortaleza. Acho que a preocupação maior tem que ser reafirmar que os critérios técnicos para essa indicação precisam ser cumpridos”, afirma.
Iraguassú também contesta tese de que a indicação teria relação com parentesco entre Eliani e Lima. “Sobre essa questão, por questão de respeito me reservo de comentar. O que posso dizer é que conheço a indicada e sei que ela tem toda formação e a competência, esteve na Secretaria de Governo durante a gestão, coordenou vários eventos importantes”.
O vereador destaca, no entanto, que tem ciência do incômodo provocado pela mensagem no Legislativo e diz que ainda irá se reunir com Didi Mangueira e representantes do Paço Municipal para avaliar o andamento da matéria. A coluna procurou Renato Lima sobre o caso, mas o secretário não se manifestou até o presente momento.
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