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Disputa nacional nas eleições municipais no Nordeste
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Doutor em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), atualmente professor e coordenador do Curso de Bacharelado em Ciência Política da Universidade Federal do Piauí (UFPI), onde coordena, ainda, o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Partidos Políticos (GEPPOL). Em 2018, foi guest scholar no Kellogg Institute for International Studies da Universidade de Notre Dame

Disputa nacional nas eleições municipais no Nordeste

As eleições municipais na região serão estratégicas tanto para o PT quanto para o PL. Os petistas buscarão ampliar o número de prefeituras do seu partido, considerando o desempenho em 2020; o mesmo cálculo deve fazer Bolsonaro e seu partido
Tipo Opinião
Vítor Sandes, Cientista político, professor adjunto da Universidade Federal do Piauí (UFPI) (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Vítor Sandes, Cientista político, professor adjunto da Universidade Federal do Piauí (UFPI)

As eleições municipais, para a escolha de prefeitos e vereadores, ocorrerão em outubro deste ano. Elas acontecem dois anos antes das eleições nacionais, em que se escolhem deputados estaduais, federais, senadores, governadores e a presidência da República. Por isso, no pleito que se aproxima, o Nordeste, com 27% do eleitorado nacional, torna-se um terreno importante de disputa entre os partidos e lideranças políticas do país.

Historicamente, o Nordeste tem sido central nas disputas presidenciais, sendo uma base eleitoral crucial para o PT. Desde 2002, quando o partido ganhou a primeira eleição presidencial no país, a agremiação tem garantido maioria dos votos na região. No último pleito presidencial, em 2022, a diferença entre Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL), no segundo turno, foi de um pouco mais de 2,13 milhões votos, representando um pouco menos de 2% dos votos válidos. Para entender o peso do Nordeste na vitória do candidato petista, Lula obteve 12,5 milhões de votos a mais de votos do que Bolsonaro.

As eleições municipais na região serão estratégicas tanto para o PT quanto para o PL. Os petistas buscarão ampliar o número de prefeituras do seu partido, considerando o desempenho em 2020, em que a agremiação não elegeu prefeitos de capitais brasileiras, fato este que não ocorria desde a redemocratização. Em outros casos, o partido buscará apoiar candidatos de aliados como forma de garantir bases políticas nas eleições de 2026.

O mesmo cálculo deve fazer Bolsonaro e seu partido, como forma de impedir um avanço da base lulista na região. Uma das importantes forças do PL na região é Maceió, que foi a única capital da região que deu vitória ao Bolsonaro. Hoje, a capital alagoana conta com o prefeito do partido, que tem aparecido na frente nas pesquisas eleitorais. O desafio para o PL será avançar para além de algumas ilhas bolsonaristas na região.

Diante desse cenário, as eleições municipais no Nordeste serão fundamentais para a arregimentação de forças para as duas principais forças políticas do país, com vistas às eleições nacionais de 2026. Embora existam particularidades locais, os resultados das eleições de outubro poderão definir novas estratégias para os partidos em cada estado, contribuindo para a construção de palanques sólidos nas futuras disputas nacionais.

 

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