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Mudanças e continuidades nas eleições de 2024
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Doutor em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), atualmente professor e coordenador do Curso de Bacharelado em Ciência Política da Universidade Federal do Piauí (UFPI), onde coordena, ainda, o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Partidos Políticos (GEPPOL). Em 2018, foi guest scholar no Kellogg Institute for International Studies da Universidade de Notre Dame

Mudanças e continuidades nas eleições de 2024

Assim, apesar das recentes mudanças institucionais, o perfil das candidaturas revela uma tendência já observa nos pleitos anteriores, evidenciando a predominância da direita, particularmente dos partidos do "centrão"
Tipo Opinião
Vítor Sandes, Cientista político, professor adjunto da Universidade Federal do Piauí (UFPI) (Foto: Divulgação)
Foto: Divulgação Vítor Sandes, Cientista político, professor adjunto da Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Desde 2020, o cenário nacional passou por mudanças significativas, como a eleição do PT à presidência da República em 2022, o que poderia implicar em mudanças políticas que favoreceriam os partidos de esquerda no pleito de 2024. Além disso, recentes mudanças institucionais, como o fim das coligações nas disputas proporcionais e a cláusula de desempenho, apresentaram desafios aos partidos políticos. Houve fusões, incorporações e federações partidárias, alterando, em alguma medida, o panorama partidário.

Analisando os dados de candidaturas para 2024 em comparação com 2020, observou-se uma redução do número de partidos com candidatos à prefeito: de 33 para 29. Outra diferença foi a redução do número de candidaturas a prefeito: de 18.179, em 2020, para 15.313, em 2024. A redução do número de partidos e de candidatos foi provocada por algumas fusões e incorporação de partidos, diante das mudanças institucionais dos últimos anos.

Comparando com os anos anteriores, este é um dos pleitos com menor número de candidatos a prefeito dos últimos 20 anos. Houve uma redução de 2.866 candidaturas, o que representa uma perda média de 99 pleiteantes por partido. Mesmo com essa redução, alguns partidos conseguiram aumentar o número de postulantes a prefeito em relação a 2020. Este é o caso dos cinco partidos com maior número de candidaturas: MDB, com 1.898; PSD, com 1.729; PP, com 1.489; PL, com 1.484; PT, com 1.384. Desses, aquele que obteve o aumento mais expressivo foi o PL, com 562 a mais em relação ao último pleito.

O sexto partido com maior número de candidatos a prefeito é o União. Formado a partir da fusão entre o PSL e o DEM, o partido lançou 1.269 concorrentes ao Executivo municipal. O Republicanos, com 1.092, é o sétimo partido com mais pleiteantes. Desta lista, excluindo o PT, todos os outros partidos são de direita. Partidos de esquerda, como o PSB e o PDT, apresentaram uma redução no número de candidaturas em relação a 2020.

Assim, apesar das recentes mudanças institucionais, o perfil das candidaturas revela uma tendência já observa nos pleitos anteriores, evidenciando a predominância da direita, particularmente dos partidos do "centrão". Resta agora acompanhar as campanhas e analisar os resultados para confirmar se essa tendência se refletirá também nas urnas.

 

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