Mudanças na presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
Doutor em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), atualmente professor e coordenador do Curso de Bacharelado em Ciência Política da Universidade Federal do Piauí (UFPI), onde coordena, ainda, o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Partidos Políticos (GEPPOL). Em 2018, foi guest scholar no Kellogg Institute for International Studies da Universidade de Notre Dame
Mudanças na presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
Parlamentares de partidos do chamado "centrão" continuam a dominar o controle das Casas legislativas. Esse cenário reforça a necessidade de o governo Lula manter bom diálogo com as lideranças desses partidos
A política brasileira iniciou o ano de forma agitada, com repercussões relativas ao episódio do PIX, que gerou repercussões negativas ao governo Lula, mas também como movimentações políticas relativas à eleição das novas mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, marcada para 1º de fevereiro. A eleição ocorrerá após o recesso parlamentar, iniciado em 23 de dezembro.
A eleição não apenas definirá os rumos internos das Casas legislativas, com a escolha de seus presidentes e membros das mesas diretoras, como também estabelecerá lideranças estratégicas nas negociações com o Executivo e na condução da agenda legislativa pelos próximos dois anos. Esse momento é fundamental para o governo, dado que uma série de medidas de interesses do governo deve ser pautada pelo Congresso, incluindo o Orçamento para 2025, que ainda não foi votado e aprovado.
Na Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) desponta como favorito para suceder Arthur Lira (PP-AL). Com apoio de um amplo arco partidário, incluindo o PT e o PL, partidos antagonistas na política nacional, Motta parece reunir condições para alcançar os 257 votos necessários entre os 513 deputados federais.
O parlamentar possui bom trânsito com a presidência da República, o que representaria um importante diálogo com o Executivo, em um ano fundamental para o futuro político do governo.
No Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) se apresenta como candidato mais viável na sucessão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG). O senador do Amapá já presidiu a Casa entre 2019 e 2021. Para garantir sua eleição, Alcolumbre precisa de 41 votos, plenamente possível de alcançar, considerando sua articulação entre os principais partidos do Senado.
Caso esse cenário se confirme, haverá uma mudança de perfil da presidência, o que pode impactar na relação com o governo. Mas, por se tratar de um parlamentar experiente, é possível estabelecer pontes visando a aprovação da agenda do governo.
Um padrão, no entanto, persiste: parlamentares de partidos do chamado “centrão” continuam a dominar o controle das Casas legislativas. Esse cenário reforça a necessidade de o governo manter bom diálogo com as lideranças desses partidos, sobretudo em um momento político tão importante para o governo, que poderá indicar as possibilidades eleitorais do governo para 2026.
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