Vitor Sandes: Popularidade em queda: os desafios de Lula para 2025
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Doutor em Ciência Política pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), atualmente professor e coordenador do Curso de Bacharelado em Ciência Política da Universidade Federal do Piauí (UFPI), onde coordena, ainda, o Grupo de Pesquisa sobre Democracia e Partidos Políticos (GEPPOL). Em 2018, foi guest scholar no Kellogg Institute for International Studies da Universidade de Notre Dame
Vitor Sandes: Popularidade em queda: os desafios de Lula para 2025
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Foto: Lucas Leffa / Secom-PR
Sidônio Palmeira (a esquerda) e Paulo Pimenta
A mais recente pesquisa do instituto Datafolha, divulgada em 14 de fevereiro, revelou que o governo Lula enfrenta o pior índice de aprovação de seus três mandatos: apenas 24% dos entrevistados consideram a gestão ótima ou boa, enquanto 41% a avaliam como ruim ou péssima. Esse resultado supera o patamar negativo registrado no auge da crise do mensalão, em 2005, e reflete os atuais desafios do governo para melhorar o apoio popular.
Desde o início da atual gestão, a comunicação oficial tem sido apontada como um dos principais desafios do governo, devido à dificuldade em divulgar, de forma clara e eficiente, as ações e políticas públicas do governo. Essa lacuna tem permitido que a direita domine o debate político nas mídias sociais digitais. A recente "crise do PIX", em janeiro, expôs essa vulnerabilidade.
Em resposta, o governo nomeou Sidônio Palmeira como novo ministro da Secretaria de Comunicação Social. No entanto, as mudanças implementadas até o momento ainda não resultaram em uma melhora na opinião pública. O principal obstáculo segue inalterado: a alta da inflação dos alimentos.
Durante o primeiro governo Lula, mesmo com a crise do mensalão em 2005, o presidente sofreu desgaste, mas manteve boa aprovação, impulsionado por um cenário internacional econômico favorável, aumento da renda e a queda da inflação. Esse ambiente gerava otimismo quanto ao futuro. Hoje, o contexto é distinto. A alta persistente no preço dos alimentos tem corroído o poder de compra da população, pressionando a avaliação do governo.
Esse impacto é evidente até no Nordeste, tradicional bastião eleitoral do PT. Se, no passado, as políticas sociais foram determinantes para o sucesso eleitoral do partido na região, agora, o efeito dessas iniciativas parece atenuado diante da inflação, o que pode diluir os ganhos percebidos pelos beneficiários. O custo de vida elevado pode neutralizar os avanços obtidos, enfraquecendo a confiança na capacidade do governo de lidar com a situação econômica.
Para recuperar sua popularidade, o governo precisará adotar ações concretas que impactem diretamente o cotidiano da população. Nesse sentido, é fundamental que o governo implemente medidas econômicas que tragam benefícios imediatos e duradouros. Caso contrário, as mudanças na comunicação, por mais bem planejadas que sejam, não alcançarão o efeito desejado.
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