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Homem que apalpou nutricionista em elevador na Aldeota é indiciado
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Homem que apalpou nutricionista em elevador na Aldeota é indiciado

|VIOLÊNCIA DE GÊNERO| Israel Leal Bandeira Neto se pronunciou publicamente pela primeira vez sobre o caso
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REPRODUÇÃO de vídeo da ação do empresário contra a nutricionista  (Foto: Reprodução Redes Sociais)
Foto: Reprodução Redes Sociais REPRODUÇÃO de vídeo da ação do empresário contra a nutricionista

O empresário Israel Leal Bandeira Neto, de 41 anos, foi indiciado ontem, 22, pela Polícia Civil pelo crime de importunação sexual. É ele o homem que aparece em vídeo de câmeras de segurança apalpando uma nutricionista de 25 anos no elevador de um prédio na Aldeota, em Fortaleza, — caso ocorrido no dia 15 de fevereiro passado, mas que só veio à tona na segunda-feira, 18. Agora o caso vai para o Ministério Público (MPCE) para oferecer ou não a denúncia.

Ontem, a defesa de Israel se pronunciou pela primeira vez sobre o episódio. Em nota, os advogados Bruno Queiroz Oliveira e Maria Jamylle Rodrigues Bezerra afirmaram que ele está "profundamente" arrependido e deseja desculpar-se com a vítima. Conforme os advogados, Israel disse que confundiu a nutricionista com uma outra mulher, com quem tinha intimidade. "A defesa espera que haja um julgamento justo por parte do Poder Judiciário, sem excessos e de acordo com a legislação penal e processual penal pois o investigado tem sido alvo de uma campanha de linchamento virtual com ameaças contra si e sua família, além da abertura de perfis fakes com suas fotos", afirma a nota, que ainda destaca que Israel não tem antecedentes criminais.

O empresário havia prestado depoimento na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Fortaleza na quinta-feira, 21. No mesmo dia, surgiu uma outra denúncia contra ele. Duas outras mulheres, mãe e filha, afirmaram que Israel praticou importunação sexual contra uma delas, em 2022. Também um inquérito policial foi instaurado para investigar o caso.

As denúncias surgiram após a própria nutricionista publicar em suas redes sociais o vídeo que flagrou a importunação sexual. As imagens mostram que tanto agressor, quanto vítima estavam no elevador. Quando a mulher deixava o local, ocorreu a importunação. A gravação mostra que após apalpar a vítima, Israel passa a apertar o botão que fecha a porta do elevador.

"Quando aconteceu, fiquei em choque, sem acreditar... Xinguei, chutei o elevador na parte de fora, chorei, senti raiva, me senti impotente", afirmou ela na postagem. A própria nutricionista procurou as imagens das câmeras de segurança, que ainda mostraram que o acusado saiu correndo no estacionamento do prédio para entrar no carro e deixar o local.

"Ressalto que, em nome de tantas outras mulheres que são, diariamente, vítimas de situações como essas, não quero (e nem vou) deixar essa situação impune!", declarou a nutricionista por meio de nota publicada por seus advogados. "Por isso, todas as medidas judiciais (cíveis e criminais) já estão sendo tomadas para que esse indivíduo não fique impune e que, consequentemente, seja feita justiça".

Após o vídeo que registrou a importunação sexual contra a nutricionista viralizar nas redes sociais, a empresa na qual Israel trabalhava, a M7 Investimentos, anunciou o afastamento dele. O crime de importunação sexual é previsto no artigo 215-A do Código Penal Brasileiro e consiste em "praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro". A pena para o crime varia entre um e cinco anos de prisão (Com informações de Jéssika Sisnando).

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