Uma criança de 4 anos teria sido abusada sexualmente dentro de uma escola pública no Bonsucesso, em Fortaleza, por um funcionário da instituição, na sexta-feira passada, 22. De acordo com a mãe da vítima, que fez a denúncia, a violência sexual foi constatada em exame de corpo de delito. A Secretaria Municipal da Educação (SME) diz que suspeito foi afastado da unidade de ensino e que caso é investigado por meio de sindicância.
Ocorrência teria acontecido na Escola Municipal de Ensino Infantil e Ensino Fundamental João Paulo I e gerou revolta nas redes sociais. Durante a manhã dessa quarta-feira, 27, um grupo de mães e responsáveis por alunos chegaram a realizar uma manifestação na instituição, pedindo por mais segurança.
Em entrevista ao O POVO, a mãe da vítima relatou que descobriu que havia algo diferente com a filha na última semana, quando percebeu que a criança começou a apresentar muito medo de urinar. "Eu desconfiei por conta de ver o desespero dela na hora de fazer xixi, ela o tempo todo dizendo que ia doer, que ia arder, ai eu fui perguntando, começando a ver que tinha alguma coisa errada. Ai ela me falou que um amigo grande [da escola] tinha passado a mão nela", explica.
Logo depois da conversa a mãe levou a pequena para um hospital, onde foi constatado indícios do abuso. A mulher registrou então um Boletim de Ocorrência (BO) na Delegacia de Defesa da Mulher e, conforme relata, a violência sexual foi constatada em exame de delito feito na Perícia Forense.
Denunciante também conta que esteve, tanto na terça-feira, 26, e na quarta-feira, 27, na Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dececa). Instituição está sendo responsável por investigar o caso, segundo informou a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
Situação tem gerado medo nas mães, que afirmam estar assustadas com o possível risco ao qual os filhos estariam expostos. Durante manifestação realizada ontem, participantes relataram que diretora da escola chegou a desconfiar da mãe da vítima.
“Tomou toda essa proporção porque a mãe da menina veio aqui procurar uma assistência com a diretora e a diretora pediu para trazer a menina para saber 'essa história direito, porque [não tinha] nenhuma possibilidade de acontecer isso aqui na escola'. Ela deu a entender que a menina estava mentindo. A mãe veio procurar um suporte, não teve nenhum tipo de apoio da escola, então ela correu para onde foi mais fácil: as redes sociais”, conta Kelly Moura, mãe de um aluno da escola.
“A gente realmente tem uma sensação de muito medo porque eles não falam nada, ela [a diretora] não fala nada, fica lá dentro. A gente fica aqui fora com medo, sem saber como vai ser o futuro dos nossos filhos porque eles têm que estudar. Agora só se a gente vier e sentar do lado dos nossos filhos para eles estudarem. Nem na escola eles têm segurança”, acrescenta.
Procurada pelo O POVO, a SME informou que uma sindicância foi aberta e que "apura rigorosamente a denúncia por meio de um Procedimento Administrativo Disciplinar". A pasta também destacou que o suspeito foi afastado da unidade de ensino e que a Comissão de Proteção e Prevenção à Violência Contra a Criança e o Adolescente foi acionada assim que a família da criança levou o caso à escola.
Uma equipe de mediação escolar está na escola realizando atendimentos, conforme a Secretaria, além da Célula de Segurança Escolar, em que atuam guardas municipais.
Com Kleber Carvalho
Com informações da repórter Mirla Nobre