“A casa do povo está aberta”, anuncia Mabele Mota, orientadora da célula de psicopedagogia, ao descrever as atividades planejadas para a 2ª edição do “Vem pra Alece”. O projeto, que visa aproximar a população local da Assembleia Legislativa, aconteceu neste domingo, 28.
Ao destacar as novidades do evento, expandido desde a sua concepção, a representante do Departamento de Saúde e Assistência Social não deixa de descrever as próprias inovações de seu espaço — “a nossa célula está trazendo atividades para atenção e memória, oficina de pintura e massinha… Estamos também orientando sobre o que é dificuldade na aprendizagem”, diz Mabele.
Às 9 horas da manhã, o Sol também parecia decidido a marcar sua presença no evento, enquanto leques de papel eram distribuídos aos visitantes. Na rua adjacente à Assembleia, fechada para o projeto, um cooler vermelho se destaca em uma pequena fila: nadando no gelo derretido pelo calor, garrafas de Coca-Cola são distribuídas.
Carregando uma mochila, a dona de casa Leuma Martins, 41, sai da fila acompanhada por amigas. Ela mantém a conversa com a repórter, escutando as perguntas, enquanto tenta colocar a bebida na bolsa, mas vê o objeto cair no chão; agradece ao recebê-lo novamente.
“É minha primeira vez e estou amando, estou gostando… Minha primeira vez!”, repete. Leuma adiciona que foi convidada pela associação do bairro onde mora, o que a motivou a participar, embora ainda estivesse começando a experimentar as atividades disponíveis: “O que eu fiz foi só limpeza de pele”.
Para outros participantes, a impressão deixada na 1ª edição do projeto foi o suficiente na hora de garantir a curiosidade, como reflete a assistente social Ester Rolim, 66. Ao ser avisada sobre o evento, também fez questão de convidar a amiga, a aposentada Francisca Menezes, 70.
“Eu já participei do evento ano passado e gostei bastante. Aí soube (sobre a 2ª edição), porque eu escuto muito a rádio Assembleia”, explica, descrevendo a visita guiada e “as curiosidades dos políticos antigos” como o ponto alto do “Vem pra Alece” anterior.
Já Francisca, a “amiga do condomínio”, elogiou os estandes de artesanato: “Isso que atrai turismo, expor os artesanatos do Ceará”.
Entre os expositores, o estande de Germana Lima, 50, é guardado por bolsas, blusas e vestidos, todos bordados à mão. A artesã é outra novidade da edição e apresenta sua produção com um sorriso no rosto, descrevendo a sua preparação e a recepção do público.
“Eu vim pra segunda edição porque tive informações de que a primeira foi muito bacana. Então estou aqui expondo hoje os meus bordados ‘Beija Flor’, que é a minha marca, e estou adorando, vendo a felicidade, a alegria, o pessoal com os pets”, revela.
“A gente veio para uma reunião, que foi na verdade uma capacitação, pra atender melhor o público, saber vender melhor… Foi muito bacana também. Eles capacitam a gente pra vir pra cá, pra atender bem”, completa.
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Entre crianças e adolescentes, adultos e idosos, a nova edição do “Vem pra Alece” também incluiu o público de quatro patas. Acompanhados pelos tutores, cães e gatos esperavam na fila para a vacinação.
Se a participação canina vencia, um miado agudo de reclamação interrompia o espaço dos cachorros. Enrolada como um bebê e aninhada no colo da dona, Maria de Fátima Bernardes, 54, a gatinha Mimosa encarava a repórter, como se também pretendesse responder.
“Ela tem pavor à caixa (de transporte), aí tem que vir assim”, explica Maria de Fátima, afagando a cabeça da pequena. “Eu moro aqui bem próximo, o atendimento é ótimo”.
Saindo do VetMóvel, equipamento da Secretaria da Proteção Animal do Governo do Estado, a tutora Kátia Lopes não deixou de elogiar a ação. “É a primeira vez que venho, mas estou achando incrível, porque eu vim trazer os cachorros aqui pra ganhar as coleirinhas antiparasitárias”.
Dona de cinco cachorros, Kátia estava acompanhada de Tião e Lua, mas fez questão de nomear os faltosos: “tem o Apolo, a Lolo e o Fred”.
A Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) estima a participação de mais de 6 mil pessoas na 2ª edição do projeto "Vem pra Alece".