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PMs irão a júri por morte de frentista em 2015
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PMs irão a júri por morte de frentista em 2015

O júri está marcado para os próximos dias 6, 7 e 8 de maio.
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Após mais de oito anos, quatro policiais militares irão sentar no banco dos réus acusados de matar o frentista João Paulo Sousa Rodrigues, de 20 anos. O júri está marcado para os próximos dias 6, 7 e 8 de maio. O Ministério Público Estadual (MPCE) denunciou os PMs pelos crimes de sequestro, tortura, homicídio, ocultação de cadáver e organização criminosa.

Os acusados são: o sargento da Reserva Haroldo Cardoso da Silva, os cabos Francisco Wanderley Alves da Silva e Antônio Barbosa Júnior e o soldado Elidson Temóteo Valentim. Eles negam o crime.

De acordo com a denúncia, João Paulo foi visto pela última vez no dia 30 de setembro de 2015 no bairro Parque Santa Rosa, em Fortaleza. Câmera flagrou o momento em que a vítima se deslocava de moto em direção ao posto de gasolina em que trabalhava. Ele é abordado por uma viatura da PM, mas é colocado dentro de um carro comum, que pertencia ao sargento. Ele estava acompanhado por outras pessoas até hoje não identificadas. O GPS da viatura registrou que o veículo trafegou por lugares ermos, parando diversas sem atender nenhuma ocorrência, porém. Conforme o MPCE, durante o trajeto, João Paulo foi torturado. O corpo dele nunca foi encontrado.

Ainda segundo a denúncia, o crime foi ordenado pelo dono do posto onde João Paulo trabalhava. Ele desconfiava que o frentista estaria sugerindo a criminosos da região que assaltassem o local, o que não foi provado durante o processo. O empresário chegou a ser denunciado pelo MPCE, mas foi impronunciado pela Justiça por falta de provas.

“Os milicianos já foram investigados por possuírem o hábito de ‘estourarem’ bocas de fumo, sem, no entanto, realizarem nenhuma prisão”, afirmou o MPCE. “Além disso, integram uma milícia privada, sendo suspeitos, inclusive, de diversas outras execuções, como por exemplo, a do criminoso/traficante conhecido como ‘Vavá’. Há, ainda, informação nos autos que, após as execuções, referidos policiais queimavam os corpos das vítimas utilizando-se de instrumento que os mesmos apelidaram de ‘Fogueira Santa’, motivo pelo qual os corpos dos ofendidos nunca são localizados.

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