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Guerra entre facções resulta em homicídios e expulsão de moradores no Caça e Pesca
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Guerra entre facções resulta em homicídios e expulsão de moradores no Caça e Pesca

|VIOLÊNCIA| Conflito antagoniza PCC e CV. Bomba chegou a ser lançada contra uma casa para forçar a saída dos moradores
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REGISTRO do último homicídio ocorrido na região, no domingo passado, 28 (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Foto: Reprodução/Redes Sociais REGISTRO do último homicídio ocorrido na região, no domingo passado, 28

A disputa entre facções criminosas tem motivado homicídios, expulsões de moradores e tiroteios no bairro Praça do Futuro II, também conhecido como Caça e Pesca, em Fortaleza. No domingo passado, 28, ocorreu o mais recente episódio desse conflito, quando um homem foi assassinado na rua Acaraú. A guerra é protagonizada por criminosos integrantes das facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC). 

Conforme investigação da 10ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (10ª DHPP), na maior parte do Caça e Pesca atua o PCC, mas o CV age na comunidade do Morro da Embratel, também localizada na Praia do Futuro II. O objetivo do CV é expandir os seus domínios para o restante do bairro, mais especificamente, uma localidade denominada "Sem Terra".

Um dos episódios ocorridos nesse confronto foi o assassinato de Weinder Ferreira da Silva, de 24 anos, na madrugada do dia 13 de março, na Rua Santa Rita. Cerca de cinco homens invadiram a casa onde ele estava e assassinaram-no com mais de 20 tiros. No dia 9 de abril, três homens foram presos temporariamente suspeitos do crime e de serem membros do CV. São eles: Erisvaldo Ferreira Mota, Paulo Henrique Souza Bastos e Manoel Sousa Dias. Outras pessoas são procuradas pela execução.

Cerca de dez dias após essa execução, homens que também seriam ligados ao CV arremessaram artefatos explosivos em uma casa da comunidade. Eles ainda determinaram que os moradores não poderiam mais permanecer no local. As vítimas só conseguiram recolher seus bens ao serem escoltadas pela PM. Outras expulsões de moradores também teriam ocorrido, conforme informações que chegaram à 10ª DHPP. Em 27 de março, PMs foram acionados após uma denúncia ser feita ao 190 de que moradores estavam sendo expulsos no Caça e Pesca. Ao chegarem ao local, os agentes abordaram um homem que trafegava em uma moto. Com Italo Gabriel Pereira Ribeiro, foram encontradas 40 gramas de maconha.

Outros assassinatos também foram associados ao conflito. Em 18 de abril, um homem foi morto na rua Jamaica, já no bairro Manoel Dias Branco, embora a via corte o Caça e Pesca. Um grupo de 10 homens encapuzados praticou o crime. Como O POVO mostrou na data, a vítima estaria cogitando deixar o PCC e, por isso, teria sido morta pelos antigos comparsas. Em 28 de março, um homem foi morto na rua José da Ilha. E no dia 9 de março, outro homem foi assassinado no Caça e Pesca. Todos esses crimes são investigados pela 10ª DHPP, sem suspeitos presos até o momento.

Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) afirmou que a região conta com atuação de policiais do Policiamento Ostensivo Geral (POG), Força Tática (FT) e Motopatrulhamento do 22º Batalhão de PM. "O bairro também recebe reforço de forças policiais especializadas como o Batalhão de Polícia de Trânsito Urbano e Rodoviário Estadual (BPRE), Comando de Policiamento de Rondas de Ações Intensivas e Ostensivas (CPRaio) e do Comando de Policiamento de Choque (CPChoque)", diz. Registros de crimes na região podem ser feitos à Polícia Civil, presencialmente, no 15° Distrito Policial, localizado no bairro Cidade 2000, ou por meio da Delegacia
Eletrônica (Deletron).

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