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Lazer e união marcam 6ª corrida de carrinho de mão de Maranguape
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Lazer e união marcam 6ª corrida de carrinho de mão de Maranguape

Evento, realizado desde 2017, reúne populares em torno de competição inusitada. Para organizadores, a corrida reflete a personalidade do povo cearense
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COMPETIDORES correm em duplas. Um guia o carro de mão e outro é transportado  (Foto: Daniel Freitas/Especial para O POVO)
Foto: Daniel Freitas/Especial para O POVO COMPETIDORES correm em duplas. Um guia o carro de mão e outro é transportado

Dezenas de moradores de Maranguape, a 26,6 quilômetros (km) de Fortaleza, saíram de casa no domingo para acompanhar a sexta corrida de carro de mão da cidade. Barracas de venda popular, churrascos, risadas e muita vaia cearense preencheram o inusitado evento, organizado desde 2017.

A ideia de corrida de "carrinho" veio durante uma reunião de amigos, segundo um dos idealizadores, Márcio Roberto. Em outras edições, o evento ocorreu em 1º de maio. Porém, como neste ano a data caiu em uma quarta-feira, mudaram para ontem, 5/5, dia em que Márcio também completou 44 anos.

O surgimento da corrida foi em meio a "brincadeira, para distrair", como diz Humberto Nepomuceno, conhecido como Junior Pompom no bairro e irmão de Márcio. "Queríamos dar alegria ao povo. Deu certo, o povo pediu. De repente, virou uma tradição. Está sendo espetacular", comemorou Pompom.

Júnior Pompom disse que a ideia da competição reflete a irreverência do cearense: "É a personalidade do Chico Anysio, que era daqui, de um bairro vizinho. Tudo o que a gente faz dá alegria que contagia".

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Márcio Roberto conta que, a cada edição, a corrida "só evolui e cresce". O evento é facilitado por patrocinadores, que fornecem suporte desde o primeiro ano e são empreendimentos da região, conforme explica Márcio.

"O mais interessante é que ninguém paga nada", comenta ele. "Tudo é de graça, doado por mim e pelos patrocinadores". Além das barracas de venda, montada por cidadãos, o evento conta com estrutura significativa, incluindo carros de som e palco, além dos necessários carros de mão.

Cada carrinho é usado por dois participantes, selecionados por sorteio e inscritos previamente. Conforme as rodadas, as duplas vão mudando e o torneio alcança etapas diferentes, até chegar na final. Os quatro melhores jogadores ganham R$ 500, R$ 300, R$ 200 e R$ 100, explica Márcio.

O grande vencedor deste ano, que levou o troféu de ouro pelo segundo ano seguido, foi Robson Sousa, 25. "É uma sensação única, um prazer imenso estar participando de novo. E coroado mais uma vez pelo título. Quero agradecer a quem está movimentando a cidade com esse evento".

Corrida de carrinho de mão une o bairro Outra Banda

A corrida é realizada na rua Pedro Silva, no bairro Outra Banda. Cones de trânsito bloqueiam o tráfego rodoviário para dar espaço aos carrinhos de mão. É possível dizer que já se tornou tradição na região, na opinião do autônomo Wesley Lima, 30. "Você não vê em qualquer lugar".

"E ainda serve para juntar os moradores, para colocarem seus negócios na calçada, fazer um investimento para renda extra. Movimenta o bairro. Todo mundo espera desde o começo do ano", acrescentou Wesley Lima.

Wesley pontua que vê "a garra e a força" do cearense na corrida. "Principalmente nos atletas. É um esporte, tem que ser atleta para carregar outra pessoa em um carrinho de mão. Se na sua cidade não tem ainda, venha para Maranguape. Além de interessante, é engraçado. Você vai ver".

Segundo o co-idealizador do torneio Márcio Roberto, também conhecido como Gatinha, "todo mundo gosta de um evento, as pessoas gostaram da ideia (da corrida), de uma brincadeira no bairro". Ele ressaltou que o cearense é "humoroso e inventivo, por isso está dando certo".

"O bom disso aqui é trazer a união entre os maranguapenses, de sair de dentro de casa e vir participar. Isso aqui é uma coisa ótima, a gente está trabalhando, ajudando. Estamos dando emprego para dezenas de moradores, com suas barraquinhas", comentou Márcio Roberto, que é suplente de vereador.

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Para Paulo Henrique, 17, a melhor parte da corrida é "ver os caras caindo". Isso o levou, pelo segunda ano consecutivo, a ser um dos "passageiros", que ficam dentro do carrinho durante o trajeto. "Eu venho por conta da diversão, assim como o pessoal. Lota a rua toda, é muito bom", brincou.

A costureira Milene Santos, 33, participa do evento vendendo salgados e bebidas na calçada de casa desde a primeira edição. Ela considera a corrida "inovadora" e argumenta que "não deu tanta gente e repercussão no primeiro ano como deu do ano passado para cá. Cada vez, melhora mais".

Na visão dela, a diversão une os moradores e as moradoras. "Sempre deveria ter eventos assim no bairro", argumenta a maranguapense.

Cleiton Sousa, 24, que diz trabalhar com "Internet", sublinha que a corrida é "babado". Ele faz parte do público estreante deste ano. "Antes eu só via pelas redes sociais. É muito bacana, é um domingo diferente", afirmou.

"Permite que as pessoas daqui vendam, criem um comércio local", aponta o maranguapense. "O povo cearense é muito criativo. De onde já se viu uma corrida de carro de mão? Só aqui mesmo em Maranguape".

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