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Avenida Murilo Borges ganha nova ciclofaixa em trecho de 1,3 km de extensão
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Avenida Murilo Borges ganha nova ciclofaixa em trecho de 1,3 km de extensão

A previsão é de conclusão da instalação da ciclofaixa ocorra até esta sexta-feira. Atualmente, Fortaleza tem 441,9 km de malha cicloviária
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IMPLANTAÇÃO da ciclofaixa na Murilo Borges deve terminar amanhã (Foto: FÁBIO LIMA)
Foto: FÁBIO LIMA IMPLANTAÇÃO da ciclofaixa na Murilo Borges deve terminar amanhã

Uma nova ciclofaixa está sendo implantada na avenida General Murilo Borges, no trecho entre as avenidas Raul Barbosa e Rogaciano Leite, no bairro Salinas. A estrutura já delimitada tem cerca de 1,3 km de extensão. Até o momento, no entanto, os condutores, principalmente os motociclistas, ainda têm mostrado resistência em respeitar o espaço da ciclofaixa e invadem a área, colocando em perigo a segurança dos ciclistas.

A ciclofaixa está localizada ao lado da calçada, podendo ser trafegada em dois sentidos. Na manhã dessa quarta-feira, 8, O POVO percorreu a Murilo Borges para verificar o uso da nova instalação por quem costuma se deslocar pela via. Por volta do meio-dia, mesmo que fora do horário de pico, foi observado quantidade considerável de ciclistas utilizando a ciclofaixa.

Ao lado da própria bicicleta estacionada, estava o vendedor Paulo Lima Gonçalves, que comercializa água nas proximidades de um semáforo. Ele aponta que o trajeto até o trabalho foi reduzido com a ciclofaixa. “Ficou muito bom para gente que usa pra ir pro trabalho, para quem trafega por aqui todo dia. Também deu uma sensação de mais segurança”, diz.

De acordo com a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), até o momento, as intervenções na via estão com porcentagem de execução de 20% a 30%. Isso porque, além da ciclofaixa já pintada, devem ser instaladas sinalizações de trânsito no local, como indicação de direções e limite de velocidade 50 km/h, além de balizadores e tachões.

A previsão é que, até esta sexta-feira, 10, todo o trajeto seja finalizado. “A sinalização restante será feita durante a madrugada, já que ali é uma via muito intensa. Contudo, se caso chover, o tempo pode ser estendido”, explica Priscila Diniz, coordenadora da gestão cicloviária da AMC.

Há também quem não tenha gostado da instalação, já que nas proximidades do semáforo, no cruzamento com a Rogaciano Leite, congestionamentos se formavam com frequência.

Enfrentando a lentidão do trânsito, o condutor José Iran comentou a situação: "Está complicado para nós, veja só o trânsito parado. Instalaram essa faixa para bicicletas aqui e esqueceram de ver a questão do fluxo para os carros e motos, nós que pagamos os impostos", disse.

Já para o ciclista Francisco Machado, a faixa de pedestres foi de grande proveito. Contudo, ainda se sente inseguro no espaço devido ao comportamento de outros condutores.

"Antes a gente andava na calçada. Tínhamos que ir devagar, atrapalhando o pedestre, e de manhã cedo, há muitos fazendo caminhada”, aponta. “Mas o problema é que deveria haver uma fiscalização aqui. Os motoqueiros invadem a faixa constantemente. Inclusive, pela manhã, a caminho do trabalho, uma moto quase me ‘pegou", relatou.

AMC diz que implantação da sinalização é prioridade

De acordo com a coordenadora da gestão cicloviária da AMC, Priscila Diniz, não houve uma redução no número de faixas da avenida Murilo Borges. “O que está impactando é a ausência de sinalização. As pessoas ficam um pouco inseguras por não haver a delimitação da faixa e perdem um pouco a noção, e têm medo. Por isso, essa implantação é uma prioridade”, explica.

Quanto à invasão da ciclofaixa por outros veículos, principalmente motociclistas, a coordenadora ressalta que o ato é uma infração gravíssima. Placas de exclusividade para ciclistas devem ser instaladas. "A gente pressupõe que todo mundo que tem carteira de motorista sabe o que não pode fazer, segundo o Código de Trânsito. Invadir a ciclofaixa configura em infração gravíssima, com multa multiplicada por três. Ou seja, cerca de R$ 800”, explica.

O local já conta com fiscalização eletrônica e não haverá um tempo de adaptação.

Malha cicloviária de Fortaleza

Conforme contagem técnica realizada pela AMC, costumam pedalar na avenida Murilo Borges cerca de 401 ciclistas nos horários de pico. Com essa implantação, Fortaleza passa a ter 441,9 km de malha cicloviária, sendo 134,4 km de ciclovias, 290,2 km de ciclofaixas, 13,4 km de ciclorrotas e 3,9 km de passeio compartilhado.

Até o final do ano a expectativa da gestão municipal é alcançar a malha cicloviária para os 500 km. “O nosso desejo é que as pessoas vejam que tem tanta infraestrutura na Cidade, que elas queiram optar por deixar o carro em casa ou não ir de ônibus, para utilizar mais a bicicleta”, diz Priscila Diniz.

Ela explica ainda que, em média, cerca de 235 mil viagens de bicicleta ocorrem por dia em Fortaleza. “De acordo com o Pedala Mais, uma política lançada em 2023, a nossa meta é duplicar o número de viagens de bicicleta. Queremos avançar para 470 mil viagens”, conclui. 

 

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