O Instituto Dr. José Frota (IJF) recebeu 3.250 pacientes por casos queimaduras e lesões por exposição à corrente e temperaturas extremas ao longo de todo o ano de 2023. No Dia Nacional de Luta contra Queimaduras, nessa quinta-feira, 6, o Núcleo de Queimados do hospital abriu a programação do Junho Laranja de prevenção aos acidentes domésticos e de trabalho com queimaduras e choques elétricos.
Durante o dia, unidade realizou o I Simpósio de Atenção Integral ao Paciente Queimado, que contemplou 120 profissionais da área da saúde. O evento teve como foco a troca de informações entre as especialidades envolvidas, como médicos, enfermeiros, técnicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais e outros.
Breno Pessoa, chefe do setor, destaca que 70% das queimaduras acontecem em ambiente doméstico, como no caso das escaldaduras, quando a queimadura é causada por um líquido quente. A faixa etária mais atingida é entre 16 e 50 anos.
Ele destaca que em caso de queimadura térmica, o ideal é resfriar a queimadura colocando água corrente. "Caso não tenha como colocar água, você pode pedir para a pessoa rolar na areia imediatamente para apagar o fogo. Em caso de queimadura elétrica não pode colocar água porque pode piorar. Queimaduras químicas algumas também não devem molhar", afirma.
De acordo com os profissionais da Emergência do IJF, a maioria das hospitalizações de adultos e crianças são causadas por acidentes ocorridos enquanto os pacientes estão preparando as refeições.
Esse foi o caso de Mônica Monteiro, 60. Ela sofreu um acidente doméstico há 15 dias enquanto cozinhava, resultando em queimaduras de segundo grau na barriga, na coxa e na perna. Ela diz que nunca havia sofrido queimaduras, mas já sabia os cuidados indicados para esses casos, como colocar água corrente nas regiões atingidas.
"Fizeram o curativo e foi liberada. Depois, fiquei vindo a cada dois ou três dias. Talvez eu seja liberada", relata. Durante a manhã, também foi realizada uma recepção especial aos pacientes atendidos pelo ambulatório de queimados, incluindo um café da manhã.
Além disso, três salas foram reinauguradas após revitalização para tornar o ambiente mais acolhedor para as crianças atendidas. "A gente viu que isso ajuda muito principalmente a recuperação das crianças. Com um ambiente desses humanizado, ela se sente melhor, acolhida e também é melhor par ao profissional", disse Adriana Queiroz, que coordenou o voluntariado para a campanha.
"Não é o mês do queimado, é a luta contra de prevenção contra a queimadura e nós estamos tentando trazer isso para a população. Que a prevenção é o melhor remédio mesmo, mas se por acaso acontecer nós estamos aqui para ajudar todos", afirmou José Maria Sampaio Menezes Júnior, superintendente da instituição.
Em Casa
- Manter o cabo das panelas para dentro do fogão;
- Redobrar a atenção com crianças e idosos na cozinha;
- Não cozinhar usando líquidos inflamáveis como etanol, querosene, gasolina ou álcool;
- Nunca despejar líquidos inflamáveis em churrasqueiras ou fogareiros;
- Manter velas e lamparinas longe de cortinas e camas.
No Trabalho
- Utilizar rigorosamente os itens de proteção individual, como luvas, óculos, máscaras;
- Não manipular a rede elétrica sem confirmar que está desligada;
- Guardar materiais inflamáveis em local seguro;
Na Rua
- Nunca tentar recuperar algo pendurado na rede elétrica;
- Cuidado ao trafegar de moto, pois o cano de escapamento pode gerar queimaduras;
- Usar protetor solar.
Nas festas juninas
- Não pular fogueiras;
- Cuidado ao comprar e manipular fogos de artifício.
Em caso de queimaduras
- Lave o local apenas com água corrente na torneira ou no chuveiro, exceto em casos de queimadura química e choques elétricos;
- Não coloque pasta d'água, creme dental, pó de café ou outras substâncias. Elas podem agravar a lesão;
- Procure o hospital mais próximo o mais rápido possível.
Colaborou Odara Creston/Especial para O POVO