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Sabiaguaba vive dia de blitz e mutirão de limpeza no Parque das Dunas
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Sabiaguaba vive dia de blitz e mutirão de limpeza no Parque das Dunas

|Crimes| Falta de fiscalização favorece descarte de lixo e invasão de veículos nas dunas e na praia do Parque Municipal
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A BLITZ abordou motoristas na rotatória do Parque da Sabiaguaba (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS A BLITZ abordou motoristas na rotatória do Parque da Sabiaguaba

Saber que uma garrafa plástica leva pelo menos 400 anos para se decompor ou perceber que partículas do lixo jogado no oceano podem parar dentro do organismo ao comer um peixe foram descobertas que fizeram a pequena Erika, 8, aproveitar a praia da Sabiaguaba neste domingo, 16, com muito mais consciência.

Acompanhada da tia e da avó, a menina foi positivamente surpreendida com as lições de educadores ambientais na barraca Sabiaguaba Park, uma das estações temáticas utilizadas pela Secretaria de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) para as atividades em alusão ao mês do meio ambiente realizadas na região.

Além do estande com explicações e distribuição de jogos educativos, voluntários fizeram um mutirão de limpeza da praia e, na rotatória que leva ao local, uma blitz educativa conscientizou motoristas e visitantes sobre a importância da preservação da área.

Ambiente ideal para o lazer, o mosaico natural formado pelo encontro do rio com o mar, as dunas e o mangue presentes na Sabiaguaba também pode ser um espaço propício para a educação ambiental. É o que explica a ecóloga Maria Clara Lira.

"A gente tem feito esse trabalho tanto com o público que vem de fora, quanto com os moradores nativos das comunidades tradicionais. Porque falta consciência do que a Sabiaguaba representa para a Cidade em termos de ecossistema, fauna e flora e recurso hídrico. É uma área importante não só para nós, mas também para outros continentes por ser espaço para espécies migratórias, por exemplo. Então nós não podemos nunca deixar a Sabiaguaba sozinha", enfatiza Maria Clara.

Para auxiliar na sondagem aos motoristas, que receberam, ainda, sacos veiculares e mudas de plantas, equipes da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) e do Batalhão de Policiamento do Meio Ambiente (BPMA) também participaram da blitz educativa.

O empresário Edson Carlos, que parou na blitz a caminho do Complexo Cultural e Gastronômico da Sabiaguaba com a família, acredita que a intervenção educativa "é um meio excelente, serve até para a gente tirar dúvidas e levar essa informação para os outros que frequentam aqui".

Já na barraca, como estratégia para atrair os banhistas, os educadores João Eduardo, que é gestor ambiental, e Felipe Ferreira, que é geólogo, criaram um "sushi fake" feito com lixo encontrado em uma das limpezas feitas pela equipe na praia da Barra do Ceará.

Entre os resíduos estavam metais, isopores, lixo eletrônico, fragmentos de microplásticos e até cobre.

"É uma analogia para dar uma ideia às pessoas de que é parecido, mas você não comeria porque sabe que é lixo. Os animais veem uma sacola e vão pensar que é uma alga, com aquele movimento dentro do mar ou com a correnteza. Eles podem ser sufocados ou podem ingerir e sofrer com isso. Além do que esses microplásticos podem vir parar na nossa mesa e a gente ingerir também sem nem notar", explica Felipe.

João Eduardo acrescenta que os microplásticos já foram encontrados no leite materno e na placenta de bebês, uma consequência da ingestão de alimentos ou produtos contaminados com partículas imperceptíveis a olho nu.

Para ele, iniciativas como essa ainda servem de alerta à população, principalmente no contexto de crise climática que o mundo enfrenta. "As pessoas estão vendo o que está acontecendo e mesmo assim você encontra quilos de bitucas de cigarro, isopor, plástico, garrafa PET, canudo, tampinha".

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