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Crimes sexuais: Justiça aceita denúncia contra funcionária de creche na Aldeota
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Crimes sexuais: Justiça aceita denúncia contra funcionária de creche na Aldeota

Processo corre em segredo de Justiça e não foi solicitada prisão da denunciada. Escola informou que aguarda a investigação
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Imagem de apoio ilustrativo: denúncia de abuso sexual em escola é aceita pela Justiça

 (Foto: FERNANDA BARROS)
Foto: FERNANDA BARROS Imagem de apoio ilustrativo: denúncia de abuso sexual em escola é aceita pela Justiça

Uma mulher de 35 anos, que era auxiliar de sala em uma turma infantil, foi denunciada por crimes sexuais contra crianças de uma creche no bairro Aldeota, em Fortaleza. A denúncia do Ministério Público do Estado (MPCE) foi acatada pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE) na quarta-feira, 10, mas não houve pedido de prisão. O processo segue em segredo de Justiça e pelo menos sete famílias (de três meninas e quatro meninos) chegaram a fazer Boletins de Ocorrência (BOs) por estupro de vulnerável.

O POVO conversou com algumas mães e, conforme os relatos, exame feito em uma das crianças confirmou o cometimento do ato. Elas contam que o "pesadelo" começou há cerca de dois meses, quando uma das mães identificou que o órgão genital do filho de quatro anos estava machucado. Isso teria gerado desconfianças, explicado relatos desencontrados e feito as famílias ouvirem dos filhos como os abusos teriam ocorrido. 

"Levei ele ao médico, achei que era algo normal. O médico até perguntou quem dava banho, pediu pra ter cuidado porque tinha forçado um pouco. Nem pensamos na escola, ele estava lá desde os seis meses. Quando ouvi o relato de uma outra mãe, percebi que ele tinha sido vítima de um abuso", conta. As famílias pediram para não serem identificadas e O POVO cumpre seu papel ao não publicar identificações que possam expor as crianças.

A mãe conta que, após a suspeita, chegou a não fazer uso do medicamento recomendado para que o exame realmente identificasse se algum abuso havia acontecido. "Em nenhum momento eu suspeitei de abuso, em nenhum, nenhum, nenhum... mas depois que soube de outro caso e perguntei a ele, o que ele me disse, não restava dúvida. Eu precisava saber, era importante. Deu positivo depois de cinco dias, então não foi uma coisa simples", completa. Ela conta ainda que, após o menino relatar o movimento que a mulher teria feito em seu órgão, o médico chegou a confirmar que era compatível com 

A mulher denunciada, conforme relato das mães, estava na escola há cerca de um mês e, como a rotatividade das auxiliares de sala é grande, elas não questionaram sobre suas qualificações. "Primeiro eu achei que era judiação, mas depois de ouvir os relatos, ficou claro algo característico de pedofilia", conta outra mãe. Da sala de 16 alunos, todos entre três e quatro anos, as famílias relatam que houve quem não quisesse denunciar, quem não quisesse fazer o exame e crianças que, mesmo sob a suspeita de terem sido vítimas, continuaram na escola.

As famílias denunciam ainda que a escola, mesmo após a primeira denúncia, não relatou o caso aos outros pais, apenas demitindo a funcionária. Em nota, a escola Mundo da Fantasia afirmou que aguarda a apuração e investigação, destacando a transparência junto aos pais e colaboradores da instituição. Informa ainda que as turmas infantis são acompanhadas por dois profissionais (professora e auxiliar de sala).

"Por óbvio, temos completa consciência da comoção que causa uma imputação de tal natureza, principalmente em se tratando de crianças, todavia, a história de narrativas semelhantes nos alerta para cautela e prudência, antes de realizar qualquer julgamento ou achincalhe público de quem quer que seja".

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que a Delegacia de Combate à Exploração da Criança e do Adolescente (Dceca) concluiu a investigação sobre o fato. O MPCE afirmou, também através de nota, que "confirma o oferecimento da denúncia, mas não pode repassar mais informações porque o caso está em segredo de Justiça". (Colaborou Dayanne Borges)

 

 

   

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