Mês de julho é a cara das idas à praia, do passeio de bicicleta no parque e da pipoca no cinema. No entanto, se "bater a vontade" de fazer algo diferente com a criançada de férias, uma boa opção é aproveitar as mostras de arte disponíveis gratuitamente na cidade, tanto as convencionais como as imersivas e interativas.
Um desses lugares é a Pinacoteca do Ceará, no Complexo Cultural Estação das Artes, no Centro de Fortaleza. Joselyse Carvalho, 42, estava na exposição de tecnologia com Miguel, 9. Ele estava encantado com a animação "Descendo a escada", de Regina Silveira, que exibia uma vertiginosa projeção de degraus.
"Ainda bem que não atacou a labirintite que eu acho que eu tenho!", disse o menino. Questionado se já tinha ido a um museu antes, Miguel respondeu com naturalidade de quem já foi em vários. "Fui ao Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro. E recentemente vi a exposição do Van Gogh lá em Teresina, que é onde eu moro. Eu gosto de ver essas exposições porque é uma maneira de entender as coisas de forma mais fácil", ensinou, das suas experiências.
A poucos metros da mostra tecnológica, a visita pode se transformar em uma volta ao passado, mais precisamente para a época em que por aqui os trens eram o principal meio de transporte da população.
Wellington Sousa, supervisor do Núcleo Educativo do Museu Ferroviário Estação João Felipe, disse que o espaço havia sido pensado, a priori, como um espaço de memória e que por isso atrairia mais as pessoas que viveram a época das ferrovias. Porém, a presença constante de crianças foi uma surpresa.
"Esse tipo de exposição mexe com o imaginário delas. As crianças autistas também adoram, talvez por causa do barulho repetitivo do trem no museu", explicou Sousa.
Saindo do Complexo da Estação para a avenida Barão de Studart, no Meireles, o Museu da Imagem e do Som Chico Albuquerque (MIS) também tem exposição imersiva. No entanto, as salas passam por manutenção até a próxima semana.
No último sábado, 13, estreou a exposição "Imagens para o futuro", de fotos que retratam os direitos sociais. Acompanhado dos pais, Guilherme, 12, apontou a foto de um menino deitado na beira do rio como sua foto favorita do lugar.
"É que dá uma liberdade ver ele deitado nessa piscina natural". Ele adorou a peça tátil que reproduz, em relevo, a foto impressa. O recurso é para tornar a arte fotográfica acessível a todos, mas que para ele foi como brincadeira de adivinhação. "Muito legal, nunca tinha imaginado existir isso".