Fortaleza teve redução de 60% nos casos de dengue no primeiro semestre de 2024 em comparação ao mesmo período de 2023. De janeiro a junho, foram 1.465 casos confirmados na Capital. No ano anterior, foram 3.651 na primeira metade do ano.
Dos casos confirmados, o boletim do cenário epidemiológico das arboviroses de Fortaleza afirma que 54 foram de dengue com sinais de alarme e quatro de dengue grave. Não houve óbito confirmado, mas quatro casos estão em investigação. Vicente Pinzón e Praia do Futuro II foram os bairros com maior quantidade de confirmações de casos de dengue.
Nélio de Morais, coordenador de Vigilância em Saúde de Fortaleza, explica que o processo epidêmico é multifatorial. Do conjunto de fatores, ele cita primeiro as condições climáticas. "A questão da tríade calor, chuva e umidade, sobretudo a umidade, que pode potencializar muito o ciclo de reprodução do vetor, do mosquito (Aedes aegypti)", diz.
Outra questão é a circulação do tipo viral. Ele frisa que a dengue pode ser adquirida quatro vezes ao longo da vida. Uma vez cada um dos quatro sorotipos. A maior parte da população está mais suscetível ao sorotipo 4 e, sobretudo, ao 3. "O Ceará não teve epidemia pelo sorotipo 3", afirma o coordenador.
"Realizamos, por ano, uma média de 50 mil ações educativas e de mobilização. O que é isso? São blitz educativas, palestras nas associações, nas escolas, são teatros", cita Nélio. Ele alerta para importância da prevenção, tendo em vista a gravidade de uma epidemia.
"Mais de 6 milhões de casos e mais de 4.591 óbitos registrados", destacou, sobre o cenário nacional. Este ano o País passou pela maior epidemia de dengue dos últimos anos.
A maior quantidade de casos foi registrada no período de março e abril, com 455 e 515 confirmações, respectivamente. A chikungunya, também transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, teve 62 casos confirmados. Não foram registradas confirmações de casos de zika.
Segundo a Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Fortaleza recebeu 38 mil imunizantes para aplicação da primeira dose. No primeiro mês da campanha, foram aplicadas 3.461 doses. O público-alvo da vacinação na Capital é de aproximadamente 154 mil crianças.
Conforme a pasta municial, o balanço do segundo mês da campanha ainda está sendo fechado e será divulgado em breve. A secretaria explica que o esquema vacinal da dengue é composto por duas doses (D1 e D2), com intervalo de três meses entre elas. Por isso, a aplicação da segunda dose ainda não foi iniciada.
O prefeito José Sarto (PDT) comentou sobre a redução nas redes sociais. “Esse resultado mostra que nossa Capital é um grande exemplo, diante do que vimos acontecer este ano em outras cidades do país, onde houve avanço dos casos de dengue”, disse. (Colaborou Ana Rute Ramires)
Saiba mais sobre a dengue
Sintomas
- Febre (39°C a 40°C) de início repentino;
- Dor de cabeça;
- Prostração;
- Dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos.
Prevenção
- Uso de telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão;
- Remoção de recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos;
-Amarrar bem os sacos de lixo;
-Colocar areia nos vasos de plantas;
- Vedação dos reservatórios e
caixas de água;
-Desobstrução de calhas, lajes e ralos;
-Receber os agentes de saúde e de endemias quando realizarem visitas.
Tratamento
- Repouso;
- Ingestão de líquidos;
- Não se automedicar e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de sangramentos ou surgimento de pelo menos um sinal de alarme;
- Retorno para reavaliação clínica conforme orientação médica.
Dengue grave
- A dengue grave ocorre quando, após três a sete dias do início dos sintomas, o paciente apresenta sinais de alarme e de gravidade (hemorragias), piorando o estado clínico geral;
- A doença pode progredir para formas graves que estão associadas ao extravasamento grave de plasma, hemorragias severas ou comprometimento de grave de órgãos, que podem evoluir para o óbito do indivíduo.