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Monitor das Secas: Ceará apresenta 99,3% de seu território sem seca relativa
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Monitor das Secas: Ceará apresenta 99,3% de seu território sem seca relativa

Os dados foram divulgados no mapa mais recente do Monitor de Secas do Brasil, elaborado no último dia 17 de junho
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AÇUDE Santa Bárbara, em Jaguaretama: o segundo semestre no Estado é climatologicamente mais seco  (Foto: JÚLIO CAESAR)
Foto: JÚLIO CAESAR AÇUDE Santa Bárbara, em Jaguaretama: o segundo semestre no Estado é climatologicamente mais seco

O Ceará apresentou, em junho deste ano, 99,3% do seu território sem seca relativa, o que representa uma melhora em comparação aos seis meses posteriores a junho de 2023, mês em que o Estado chegou a ter 100% de sua extensão sem registro na categoria. Os dados foram divulgados no mapa mais recente do Monitor de Secas do Brasil, elaborado no último dia 17 de junho.

A seca relativa é uma categoria do projeto da Agência Nacional de Águas (ANA) com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Os dados, que foram publicados pelo Mapa Monitor de Secas do Brasil, mostram que, em julho de 2023, o Estado registrou 66,27% da sua extensão territorial sem secas relativas. Em agosto e setembro o número caiu para 64,26% e 17,67% respectivamente. De outubro de 2023 a janeiro de 2024, o monitoramento registrou um percentual de 0% de secas relativas no Estado.

As melhoras nos indicadores em relação a maio deste ano, cujo quantitativo de secas relativas foi de 89,49%, se deve, principalmente, às chuvas observadas no primeiro semestre do ano, especialmente durante a quadra chuvosa (fevereiro a maio). Neste período, o Ceará ficou com 25% de precipitações acima da média climatológica.

“Está estável. Finalizamos a estação chuvosa e a tendência é ter uma acentuação no estado da seca porque no segundo semestre chove pouco. Os reservatórios ficam um pouco mais secos e o solo também”, pontua o pesquisador em meteorologia da Funceme, Francisco Vasconcelos.

Conforme consta no relatório do Monitor de Secas, devido às anomalias negativas de precipitação e à piora nos indicadores, a Região Nordeste registrou o surgimento da seca fraca (S0) no nordeste dos estados da Bahia e do Maranhão, além do avanço da seca fraca (S0) no centro da Bahia.

“Por outro lado, devido à melhora nos indicadores, houve o recuo da seca fraca (S0) no sudoeste do Ceará”, esclarece o documento.

O percentual de 0,7% de seca fraca no Ceará, supramencionado no relatório, está restrito ao extremo sul, mais precisamente no município de Salitre, distante 572 km de Fortaleza. Pesquisador em meteorologia da Funceme, Francisco Vasconcelos explicou que “a menor disponibilidade de chuva na região sudoeste do Ceará colabora com o registro”.

O levantamento foi feito pelo mapa Monitor de Secas, uma iniciativa federal que realiza o acompanhamento regular e periódico das secas em todos os estados e Distrito Federal. O monitoramento ocorre por meio de indicadores climáticos e analisa os impactos causados pelo fenômeno em curto e longo prazo.

Mesmo com os resultados positivos, a Funceme reforça a importância de se ater ao uso consciente dos recursos hídricos. Atualmente, de acordo com os dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), o Ceará dispõe de 22 açudes com volume inferior a 30%. Além disso, o segundo semestre no Estado é climatologicamente mais seco.

 

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