As estruturas foram instaladas há anos e, atualmente, fazem parte da orla do Cumbuco. Os impactos foram percebidos ao longo dos últimos anos, como relatam frequentadores da praia."Se torna perigoso para quem pratica kitesurf e veio piorando após o período de chuva e com os ventos. A erosão está mais violenta. A chuva abriu o canal e os ventos fizeram movimentar cada vez mais as areias, ficou esse cenário agora. A gente achava que a tubulação e areia iriam ficar sem esses declives acentuados", comenta o instrutor de kitesurf Alberto Almeida, 48.
Conforme o doutor em Oceanografia e professor de Ciências Ambientais do Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará (UFC), Paulo Henrique Sousa, após o período de chuvas, a praia é reconstruída, e o vento e as ondas do mar vão transportando a areia e vão indo de encontro a essas estruturas. O cenário auxilia à erosão costeira e, consequentemente, modifica a infraestrutura urbana.
"As pessoas costumam ocupar muito perto da água. É preciso levar em consideração essa movimentação de sedimentos, quando isso não é levado em conta, elas mesmo acabam contribuindo para o processo de erosão. No geral, é preciso ter uma educação oceânica para que as pessoas conheçam mais o litoral e os processo que acontecem nele e saibam como lidar com os problemas", avalia o professor.
A Prefeitura de Caucaia informou que não há previsão para a sinalização, pois isso depende de uma autorização de órgãos federais. A gestão não esclareceu se solicitará a autorização ou quando irá fazer os procedimentos.
Ainda sobre as galerias, o órgão disse que a tubulação de drenagem não tem conexão com o sistema de esgoto da região e que o "Instituto do Meio Ambiente de Caucaia (Imac) realiza laudos semanais que garantem a balneabilidade das águas no Cumbuco".