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Governo e SAP não se manifestam sobre detalhes de tentativa de fuga
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Governo e SAP não se manifestam sobre detalhes de tentativa de fuga

Na noite de sábado, 3, presos tentaram fugir da Unidade Prisional Professor Clodoaldo Pinto (UP-Itaitinga2)
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POLICIAIS agiram para evitar fuga na UP-Itaitinga2 (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
Foto: Reprodução/Redes Sociais POLICIAIS agiram para evitar fuga na UP-Itaitinga2

No dia seguinte à sublevação registrada na Unidade Prisional Professor Clodoaldo Pinto (UP-Itaitinga2) na noite de sábado, 3, detalhes sobre o episódio ainda são nebulosos. Nem a Secretaria da Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP), nem o Governo do Estado esclareceram aspectos como as informações prestadas por policiais penais de que os presos tiveram acesso a uma arma de fogo. Também não houve pronunciamento sobre um incêndio registrado nas proximidades do presídio e sobre a transferência de presos da unidade.

Na madrugada de domingo, 4, Mauro Albuquerque, titular da SAP, gravou vídeo direto da UP-Itaitinga2 afirmando que nenhum preso conseguiu fugir da unidade. De acordo com ele, 22 internos participaram da ação — todos eles seriam ligados a uma facção criminosa. Um dos presos foi baleado em confronto com policiais penais, mas, socorrido, estaria fora de perigo.

No vídeo, o secretário aparece ao lado de vários policiais penais que foram acionados para a ocorrência. “Para quem está torcendo contra o sistema prisional, eu só lamento”, declarou Albuquerque. “Estão aqui os policiais, no Dia do Policial Penal, fazendo o que eles sabem fazer: trabalho de polícia. Vamos continuar combatendo o crime. O crime sempre vai tentar e os policiais estão aqui para poder impedir”.

Conforme o Sindicato dos Policiais Penais e Servidores do Sistema Penitenciário do Estado (Sindppen-CE), a tentativa de fuga ocorreu por volta das 19 horas. Um único policial teria sido destacado para conduzir um preso a uma cela, momento em que foi rendido por outros internos. Conforme o Sindppen, os presos deram um “mata-leão” no policial e portavam armas artesanais e uma pistola.

“Esses presos saíram de suas celas, segundo informações dos próprios policiais que foram pegos como reféns, com uma arma de fogo, não um simulacro. Eles afirmam categoricamente”, declarou o vice-presidente do Sindppen, Daniel Mendes. Outros dois policiais foram feitos reféns, divulgou o sindicato, sendo que também foram algemados e mantidos perante vários presos. Ainda não está claro se os presos conseguiram deixar a unidade ou mesmo o complexo ou se foram contidos ainda dentro do presídio.

O sindicato denunciou o baixo efetivo como uma das causas da tentativa de fuga. Conforme Mendes, 18 policiais estavam de plantão na unidade, sendo que, no momento do crime, havia apenas 15 agentes de serviço. Um policial teria sido destacado para uma escolta hospitalar, outro para ronda externa e um terceiro participou da exposição realizada no shopping Rio Mar em alusão ao Dia do Policial Penal.

Entre os motivos destacados pelo vice-presidente que levam ao déficit de policiais penais estão o afastamento dos agentes por adoecimento e má gestão das horas extras. “As unidades prisionais do Estado do Ceará, ontem (sábado, 3), dia de visita, não possuem extra para o período diurno”, afirmou o policial, que classificou a ocorrência de sábado como uma “tragédia anunciada”.

“Tragédia esta que a gente vem denunciando há muito tempo. Fizemos mobilizações e, até agora, a solução da SAP foi processar administrativamente dirigentes sindicais, pedindo a sua demissão. Abriram sindicância para 129 policiais por se manifestar pedindo a melhoria do sistema”.

 

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