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Morte em desocupação no Carlito Pamplona completa um mês; SSPDS informa que um homem foi preso
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Morte em desocupação no Carlito Pamplona completa um mês; SSPDS informa que um homem foi preso

Suspeito estava em posse ilegal de uma das armas de fogo apreendidas durante as investigações policiais. Ainda não há a confirmação da ligação direta dele no crime contra a vítima. Família e amigos realizam homenagem, nesta quinta-feira, 10, em memória da vítima e para cobrar respostas do crime
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MAYANE dos Reis, 28, morreu durante a desocupação (Foto: Samuel Setubal)
Foto: Samuel Setubal MAYANE dos Reis, 28, morreu durante a desocupação

A morte da vendedora Mayane dos Reis, 28, vítima de disparo de arma de fogo durante a desocupação de terreno, no bairro Carlito Pamplona, em Fortaleza, completou um mês nessa quinta-feira, 10. O caso está sendo investigado pela 4ª Delegacia do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil do Ceará (PC-CE). Um homem foi preso durante as investigações policiais.

Uma homenagem à vítima foi realizada nessa quinta-feira à noite, em frente à residência onde a mãe da vítima morava e próximo ao local onde o crime aconteceu. Além de homenagear a vendedora, família e amigos buscam com o ato cobrar das autoridades respostas do crime e a identificação dos responsáveis pela desocupação do terreno, que resultou na morte da vendedora.

Cerca de 600 famílias foram retiradas por homens encapuzados e armados no último dia 10 de setembro. A ocupação “Deus é Amor” tinha pelo menos mil famílias cadastradas no espaço. O episódio aconteceu após seguranças contratados pela Fiotex Industrial, proprietária do terreno, terem iniciado a desocupação ainda durante a madrugada daquele dia. Na época, os moradores da ocupação relataram terem sido expulsos “com violência” do local.

Conforme a irmã da vítima, a vendedora Maiara dos Reis, 31, após um mês sem respostas do caso, o sentimento é de tristeza, revolta e saudade. “Até agora, a gente não acredita que isso aconteceu. Ficou um sentimento muito grande de tristeza. Não tivemos nenhuma resposta e não queremos que a vida dela fique impune. Tem que ver quem foi que fez isso”, diz.

A vítima morava próximo ao terreno e, no dia da desocupação, seguia para o local ocupado no intuito de buscar o marido, que estava em uma das barracas no terreno da ocupação. No local, Mayane foi baleada no peito e socorrida por moradores da comunidade para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), no entanto, não resistiu aos ferimentos e morreu. Ela deixou uma filha de 4 anos de idade.

De acordo com Maiara, após a morte da irmã, a mãe delas não retornou para casa onde morava porque o espaço traz lembranças da filha. “Minha mãe não quis mais ficar lá porque, para ela, não fazia mais sentido. Lembra muito dela [Mayane], é muita tristeza. Foi um mês de mudanças e de muitas tristezas. Agora, ela está mais próxima a mim”, comenta.

A irmã da vítima detalhou que, após o crime, toda a família foi ouvida pelas investigações policiais, mas que, após isso, não tiveram mais retorno sobre o caso. Ao longo do mês, um bombeiro e um empresário do ramo de empresa de segurança foram apontados como possíveis envolvidos no conflito, e que estão entre as pessoas identificadas e ouvidas nas investigações.

No dia 14 de setembro, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) informou que a Polícia Civil do Ceará (PC-CE) realizou o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão em endereços de suspeitos investigados pela desocupação do terreno. Além do envolvimento na desocupação do terreno, os alvos dos mandados são investigados por “outras ocorrências” registradas no Carlito Pamplona.

O POVO procurou a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) nessa quinta-feira, 10, por e-mail para saber como estão as investigações sobre o caso e se algum suspeito do crime foi identificado e preso. Em nota, a pasta informou que, durante os trabalhos policiais, um homem foi preso com uma das armas de fogo apreendidas durante as investigações.

Ainda segundo a SSPDS, ele foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. A pasta não explicou se o homem está diretamente ligado ao crime de homicídio contra Mayane. O caso está a cargo da 4º Delegacia do DHPP, unidade especializada que segue realizando oitivas e diligências no sentido de esclarecer os fatos e identificar a autoria da ação criminosa.

 

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