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Ceará tem 19.224 casais do mesmo sexo que moram juntos, diz IBGE
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Ceará tem 19.224 casais do mesmo sexo que moram juntos, diz IBGE

Número cresceu sete vezes em 12 anos, com alta de 634% entre 2010 e 2022, conforme a pesquisa "Censo Demográfico 2022: Composição Domiciliar e Óbitos Informados"
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NÚMERO de casais do mesmo sexo que moram juntos cresceu sete vezes (Foto: Reprodução/Freepik)
Foto: Reprodução/Freepik NÚMERO de casais do mesmo sexo que moram juntos cresceu sete vezes

O Ceará possui quase 20 mil casais do mesmo sexo que moram juntos. Ao todo, são 19.224 cônjuges que residem no mesmo domicílio. Os dados são do “Censo Demográfico 2022: Composição Domiciliar e Óbitos Informados”, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nessa sexta-feira, 25.

A pesquisa também revela que o número de casais cresceu sete vezes em 12 anos, quando comparado ao último censo, em 2010. Na época, foram registrados 2.619 casais residindo no mesmo domicílio, registrando uma alta de 634% quando comparado ao quantitativo de 2022.

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No ranking nacional de casais do mesmo sexo que moram juntos, o Ceará ocupa a 5ª posição, com 19 mil cônjuges. Na publicação, São Paulo aparece em primeiro lugar, com 108 mil casais, seguido de Rio de Janeiro (44.784), Minas Gerais (32.210), Paraná (20.701) e Rio Grande do Sul (20.556).

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A mesma pesquisa pesquisou ainda sobre óbitos informados. No Ceará, homens de 20 a 39 anos de idade têm 3,35 vezes mais chance de morrer do que mulheres, de acordo com os IBGE. Os dados ainda destacam que Ceará é a segunda maior sobremortalidade masculina do País para a faixa etária. Antes do Estado, a maior sobremortalidade masculina foi encontrada em Sergipe, onde um homem de 20 a 39 anos tem 3,49 vezes mais chance de morrer do que uma mulher. Após o Estado sergipano, o ranking tem Rondônia, com 3,31 vezes, depois Bahia, com 3,29 vezes, e Tocantins, com 3,28 vezes.

Conforme o coordenador do coordenador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV), vinculado ao Departamento de Ciências Sociais, da Universidade Federal do Ceará (UFC), Luiz Fábio Paiva, é preciso analisar por qual razão o público está mais sujeito ao óbito do que as mulheres.

"Em geral, observamos que, em situação de conflito interpessoal, é mais comum ver homens vítimas de um crime que aconteceu em função de uma briga. Também é mais comum ver homens como vítimas de conflitos violentos entre grupos armados", comenta.

Em comparação às mulheres, o especialista destaca que é mais comum observar a morte de mulheres em situações de violência de gênero e fim de relacionamentos.

Para o coordenador do LEV, homens morrem mais que mulheres em determinadas circunstâncias e não em todas as circunstâncias. "Isso é importante para não se criar ideias que distorcem a realidade e permite, inclusive, ataques às mulheres por, supostamente, sofrerem menos violências do que homens", destaca.

Metodologia da pesquisa

A metodologia da pesquisa do Censo Demográfico 2022 envolveu entrevista presencial, por telefone ou autopreenchimento pela Internet. 

Na entrevista presencial, foi realizada pelo recenseador, que é o responsável por fazer o trabalho da coleta de dados por com os moradores, registrando as respostas no Dispositivo Móvel de Coleta (DMC).

As entrevistas por telefone foram realizadas pelo recenseador ou por um agente do Centro de Apoio ao Censo (CAC). Já a coleta pela Internet foi feita por autopreenchimento do questionário ou utilizando auxílio de agentes do CAC.

A entrevista presencial correspondeu à maior parte das respostas do Censo 2022, com 98,9% dos dados da pesquisa. Ao todo, foram aplicados 72.433.841 questionários. (Colaborou Alexia Vieira)

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