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Operação da PF rastreia tráfico de drogas e lavagem no Ceará e em mais três estados
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Operação da PF rastreia tráfico de drogas e lavagem no Ceará e em mais três estados

Agentes federais cumprem 13 mandados de busca e apreensão no Ceará, 12 em Pernambuco, 2 em São Paulo e 1 na Paraíba. Pelo menos um investigado foi preso em Recife e outro em Juazeiro, flagrado por porte ilegal de arma. Suspeitos de tráfico de drogas movimentaram mais de R$ 77 milhões em operações financeiras
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OPERAÇÃO foi desencadeada pela PF em quatro estados; dinheiro foi apreendido  (Foto: Polícia Federal)
Foto: Polícia Federal OPERAÇÃO foi desencadeada pela PF em quatro estados; dinheiro foi apreendido

A Polícia Federal (PF) deflagrou, nessa terça-feira, 12, a Operação Rebote para investigar um esquema envolvendo tráfico de drogas e lavagem de dinheiro nos estados do Ceará, Pernambuco, Paraíba e São Paulo.

Conforme as investigações, os suspeitos movimentaram cerca de R$ 77 milhões em operações financeiras irregulares e em aquisição de bens. De acordo com a PF, a composição do patrimônio dos suspeitos estaria ligada ao uso de recursos ilícitos.

Pelo menos duas pessoas foram presas: um homem em Recife (PE), por tráfico de drogas; outro em Juazeiro do Norte (CE), por porte ilegal de arma de fogo. A identidade dos presos não foi divulgada.

Operação Rebote: 13 dos 28 mandados de busca e apreensão cumpridos no Ceará

A operação tem como alvo os supostos líderes da organização criminosa. A maioria dos 28 mandados de busca e apreensão (BAs) expedidos pela Justiça Federal, foram cumpridos em endereços no Ceará, na cidade de Juazeiro do Norte, no região do Cariri.

  • No Ceará(*)

- Juazeiro do Norte: 13 ordens de busca e apreensão (BAs)

(*) Além de 1 prisão em flagrante por porte ilegal de arma de fogo

  • Em Pernambuco(**)

- Recife: 5 BAs

- Caruaru: 5 BAs

- Paranatama: 1 BA

- Bonito: 1 BA

(**) Mais 1 ordem de prisão preventiva em Recife, por tráfico de drogas

  • Na Paraíba

- Conde: 1 BA

  • Em São Paulo

- Capital: 2 BAs

Operação Rebote: PF monitorava traficante do Cariri, que foi morto em Recife 

O início da investigação teria sido a partir do monitoramento de um traficante de drogas cearense, que atuava na região do Cariri, conhecido como "Beto da Mídia". No decorrer do trabalho policial, o investigado foi executado na cidade de Recife (PE), em abril de 2023, em frente a uma academia, o que expandiu o cenário observado pelos agentes federais.

Após a execução do traficante, foi identificado que o controle das atividades criminosas havia sido transferido para novos envolvidos, que se tornaram os alvos do inquérito.

Na manhã de terça-feira, os agentes federais apreenderam veículos, celulares, computadores, dinheiro em espécie e documentos. As imagens divulgadas pela PF mostram vários bolos de cédulas, de valores diversos, guardadas tanto em cofres como em caixas de papelão e gavetas.

Em nota, a Polícia Federal detalha que também está previsto o sequestro de postos de combustíveis, que são controlados pelos traficantes, e a apreensão de novos bens e valores ligados ao grupo criminoso.

Os investigados foram autuados por tráfico de drogas. O crime, previsto na Lei 11.343/2006, pode levar a uma pena de até 15 anos de prisão. 

Quem era o cearense morto em 2023, em Recife, que estava sendo monitorado pela PF

João Batista de Oliveira Ramos, conhecido como "Beto da Mídia", de 35 anos, era um empresário cearense suspeito de chefiar o tráfico de drogas na região do Cariri. Em abril de 2023, ele foi morto a tiros na saída de uma academia, em Boa Viagem, na zona sul de Recife. No momento do crime, ele estava acompanhado da esposa. A mulher não foi atingida.

Em março de 2024, dez meses depois do homicídio, um fotógrafo de 34 anos foi preso, em Jaboatão dos Guararapes, acusado de ter sido o autor dos disparos. Sua identificação teria sido possível, à época, por imagens de câmeras de segurança. A identidade do suspeito não chegou a ser divulgada e ele não teria envolvimento anterior com crimes.

Natural de Juazeiro do Norte, Beto da Mídia era proprietário de postos de combustíveis em Recife, Caruaru e Jacumã, em Pernambuco. Ele também comandava revendedoras de veículos em Juazeiro, Caruaru e Petrolina. Sua conta no Instagram, ainda ativada, usa ícones na biografia indicando alguns dos estabelecimentos. Numa descrição feita pela Polícia, Beto manteria "relações conflituosas" em suas atividades.

O empresário era monitorado pela Polícia Federal, suspeito de integrar uma facção criminosa atuante em São Paulo, além de chefiar o tráfico de drogas na região do Cariri.

De acordo com a Polícia, o homem respondia a crimes como porte ilegal de arma e a agiotagem, além de tráfico de drogas. Em 2008, Beto da Mídia teria sido preso durante a Operação Cariri sem Drogas, que investigava uma quadrilha que atuava na distribuição de drogas vindas da Colômbia.

Veja fotos da Operação Rebote: 

Ao todo, mais de 125 policiais federais participam da operação, incluindo equipes de grupos táticos de pronta intervenção. O objetivo é assegurar o cumprimento dos mandados e garantir a segurança das ações.

Atualizada às 13h15min

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