Nas últimas semanas, o Ceará tem registrado aumento de casos de Covid-19. Mudança é causada pela circulação de novas sublinhagens da ômicron: a LP.8.1, ainda não encontrada no Brasil, e a XEC, também detectada em São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Informações são resultado de sequenciamento genômico realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen/CE).
Diante desse cenário, a Secretária da Saúde do Ceará (Sesa) publicou recomendações aos serviços de saúde para evitar aumento da infecção nas unidades.
Foram selecionadas 30 amostras coletadas entre os dias 26 de agosto a 5 de novembro de 2024, nas semanas epidemiológicas de 35 a 45 de 2024. Destas, foram nove da sublinhagem LP.8.1 e uma da XEC.
A XEC é oriunda da combinação do material genético de duas outras variantes: KP.3.3 e KS.1.1. Em 24 de setembro deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou essa como uma variante sob monitoramento – VUM (Variant Under Monitoring). Ela foi identificada em uma amostra de Fortaleza.
Conforme a Sesa, isso ocorre quando uma linhagem apresenta mutações no genoma que são suspeitas de afetar o comportamento do vírus. "Essa recombinação pode torná-la mais adaptável e transmissível, embora até o momento não haja evidências de que cause sintomas mais graves do que outras variantes da Ômicron (WHO)", detalha o boletim da secretaria.
No caso da LP.8.1, não há registro no País. Ela foi identificada pela primeira vez pelo Lacen. A LP.8.1 foi identificada em 13 países. No Ceará, foram nove casos nos municípios de Fortaleza, Sobral, Quixeré, Caucaia e Maracanaú.
Conforme Antonio Silva Lima Neto (Tanta), secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, a introdução das variantes causou o aumento de casos registrado no Ceará nas últimas semanas.
"É muito importante que toda a população siga as medidas de recomendação tradicionais, porque de fato, hoje, o cenário é de aumento de transmissão do SARS-CoV-2, particularmente dessas novas variantes, que são sublinhagens já da outra que circulou um ano atrás aqui no Ceará", alerta o secretário.
O Ministério da Saúde ressalta o diagnóstico laboratorial por RT-qPCR deve ser priorizado para que essas amostras possam ser submetidas à análise genômica.
"As amostras foram selecionadas de modo a manter a representatividade temporal, além de maximizar a representatividade de municípios do estado. Buscou-se englobar perfil epidemiológico heterogêneo, com diferentes faixas etárias, sexo e de diferentes macrorregiões do estado", detalhou o documento.
No período destacado, foram identificadas no Ceará as linhagens LP.8.1, com nove casos, seguida da linhagem MJ.1.1 (5), LF.3.1.2 (2), LB.1.3 (2), XEC.2 (2), XEC (1), KP.2.2 (1), MJ.1 (1), MC.13 (1), MC.16 (1) e XDR.1.1 (1).
Considerando o aumento registrado, a Sesa orienta a adoção de medidas de prevenção principalmente nas áreas e ambientes de maior risco para a transmissão do agravo: