Logo O POVO+
Visitas na Maternidade Escola são suspensas devido a surto de covid-19
CIDADES

Visitas na Maternidade Escola são suspensas devido a surto de covid-19

Local estaria com uma das UTIs isolada e outras três sobrecarregadas por causa das infecções. Hospital estaria com alto número de profissionais afastados por covid
Edição Impressa
Tipo Notícia Por
MATERNIDADE Escola Assis Chateaubriand, no  Rodolfo Teófilo, enfrenta surto de Covid-19 (Foto:  Mauri Melo/O POVO
)
Foto: Mauri Melo/O POVO MATERNIDADE Escola Assis Chateaubriand, no Rodolfo Teófilo, enfrenta surto de Covid-19

As visitas de familiares e amigos de internos na Maternidade Escola Assis Chateaubriand (Meac) estão suspensas a partir de hoje, 2/12. A medida foi tomada pela administração do serviço de saúde devido a um surto de Covid-19 que tem infectado profissionais e pacientes do local.

A restrição vale para as enfermarias da Meac localizadas no primeiro e segundo andares do prédio, onde será permitido apenas um acompanhante por paciente com troca diária, entre às 7 horas da manhã e às 19h30min.

A orientação também decai sobre a área de Neonatologia, onde apenas um dos pais poderá visitar o recém-nascido entre 8h e 19 horas. Visitas de avós e irmão não serão permitidas por tempo indeterminado.

Na UTI materna, as visitas ficam restritas a uma pessoa por dia, no período entre 15h30min e 16h30min. Em todos os setores citados está sendo exigido o uso de máscaras, bem como a barragem de acompanhantes com sintomas gripais.

A maternidade faz parte do complexo hospitalar da Universidade Federal do Estado do Ceará (UFC), que ainda contempla o Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC).

O POVO apurou que além da proibição de visitas, o surto tem afetado diretamente pacientes e profissionais da unidade. Conforme fonte, que optou por não se identificar, os funcionários estão confirmando casos de covid em outros serviços de saúde, já que a maternidade não estaria fornecendo os testes.

“Muitos trabalhadores doentes e sem apoio algum do hospital para fazer o teste de Covid. É cada um por si, sendo que muitos estão pegando (covid-19) dos pacientes e levando pra casa”, conta uma funcionária da maternidade.

A denúncia chega em meio a um aumento 15% no número de casos de Covid-19 no Ceará. Conforme notificado pelo O POVO no último 28 de novembro, 190 testes positivos foram identificados durante a segunda semana do mês 11 no Estado.

O crescimento repentino é resultado da aparição de duas novas variantes do vírus em solo cearense, o que levou a Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa), a publicar novas recomendações para prevenção da doença em unidades básicas e hospitais. 

Além da falta de testes, a sobrecarga de trabalho seria também um problema na MEAC. Com diversos colaboradores afastados com sintomas gripais e suspeita de Covid-19, há relatos de enfermeiras atendendo mais de 70 pacientes simultaneamente para atender à demanda.

Procurada pelo O POVO, a administração da Meac informa ter adotado medidas rigorosas de contenção para proteger pacientes e colaboradores, entre elas, a interrupção das visitas. Em nota, a Maternidade também confirmou a obrigatoriedade do uso de máscaras dentro das instalações e maior restrição na Neonatologia e UTIs maternas.

Confira o texto na íntegra:

"O Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Ceará (CH-UFC/Ebserh) informa que, diante do recente aumento de casos de COVID no estado do Ceará, adotou medidas rigorosas de segurança e contenção para proteger pacientes, colaboradores e a comunidade da Maternidade-Escola Assis Chateaubriand.

As ações incluem: uso obrigatório de máscaras, suspensão de visitas às Enfermarias (permitido um acompanhante por paciente) e maior restrição de visita diária na Neonatologia e na UTI Materna. A entrada de visitante/acompanhante com qualquer sintoma gripal não será permitida.

O CH-UFC reafirma o seu compromisso com a saúde e a segurança da população, trabalhando em alinhamento com as orientações das autoridades sanitárias estaduais e nacionais.

Contamos com a colaboração de todos e reforçamos a importância de medidas individuais de prevenção, como a vacinação, uso de máscaras e higienização das mãos".

O POVO também solicitou entrevista sobre as denúncias de falta de testes para covid, afastamento de profissionais por infecção e sobrecarga nas UTIs neonatal, entretanto, não obteve resposta.

UTIs neonatais enfrentam sobrecarga de pacientes graves

Uma das situações mais críticas do hospital está nas UTIs neonatais, onde ficam os recém-nascidos prematuros e com demais condições que precisam de cuidados específicos.

De acordo com denúncia recebida pelo O POVO, uma das quatro UTIs neonatais da maternidade está isolada devido à alta contaminação, enquanto as outras três funcionam com sobrecarga de pacientes.

A estimativa é de que cada unidade esteja atendendo até quatro pacientes graves, quando o limite estabelecido é de dois por UTI.

Outro serviço afetado pelo surto seria o método canguru, modelo de assistência obstétrica onde a mãe fica em contato direto com o bebê, pele a pela, para auxiliar no desenvolvimento físico e controle de dores e temperatura corporal da criança. Conforme denúncia, esse serviço também já teria sido paralisado.

A situação teria sido comunicada por profissionais da Maternidade Escola à direção da Meac, bem como ao Conselho Regional de Enfermagem do Ceará (Coren-CE).

A resposta enviada pela Maternidade em nota não contemplou as denúncias de sobrecargas demandadas. O POVO segue tentando contato sobre os problemas apresentados e aguarda retorno.

Também procurado, o Coren-CE ainda não se manifestou sobre o assunto.

O que você achou desse conteúdo?