Um homem acusado de ser um dos chefes da área financeira da facção Guardiões do Estado (GDE), que estava preso há quase dois anos, foi morto ontem, 3, dentro da Unidade Prisional 3, em Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) confirmou o homicídio e apontou que o interno foi morto por presos da organização criminosa da qual
ele participava.
Fellype Abdoral Sales de Oliveira, de 32 anos, foi preso em fevereiro de 2023, em um condomínio de luxo no Eusébio, Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Ele também era responsável pela parte financeira do grupo.
Abdoral também era conhecido como Águia e foi citado no inquérito da operação Fartare, da Polícia Federal, que rastreou o tráfico de drogas com montante de R$ 77 milhões em lavagem de dinheiro no Ceará.
O advogado da vítima, Jader Aldrin, afirma que teve acesso ao reconhecimento visual do local do crime ainda na DHPP, com a equipe que fez a perícia no local. "As lesões deferidas contra ele, todas na região torácica, totalizaram 27", disse.
O advogado Jader Aldrin ressalta que Fellype chegou a ser socorrido na enfermaria da unidade prisional, mas faleceu ainda na maca.
O POVO solicitou informações à SAP e o órgão informou que os policiais penais intervieram em um confronto de internos. Os profissionais de saúde prestaram socorro ao homem e acionaram o Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu). A SAP ainda informou que o interno foi levado a uma unidade hospitalar, no entanto, não resistiu aos ferimentos.
A SAP informou que todos os internos envolvidos no crime, junto do preso responsável pelas agressões, foram encaminhados a uma delegacia para as responsabilizações do homicídio. A Defesa da vítima informou que ingressará com uma ação na Vara da Fazenda Pública para responsabilizar o Estado pela morte do interno.
"É responsabilidade do Estado zelar pela vida das pessoas que estão recolhidas em ambientes prisionais. Vamos ingressar com o pedido de reparação por danos morais, combinados com danos materiais", disse o advogado Jader Aldrin.
A prisão de Abdoral foi realizada por força de mandado de prisão preventiva e por integrar organização criminosa.