Uma professora que lecionou por anos em faculdades particulares de Fortaleza foi indiciada no último dia 25 de novembro por uso de documento falso. Érica Silina de Almeida Meneses Alves, 52, confessou, em depoimento à Polícia Civil, ter falsificado diplomas de graduação, mestrado e doutorado.
Ao O POVO, ela afirmou ter realizado diversos cursos nas áreas de Psicologia e Matemática e que estava tentando validar essas formações — que incluem, por exemplo, curso de Psicologia Cognitiva LPAD com carga horária de 4.200 horas e experiências como bolsista no Instituto de Matemática e Estatística da Universidade de São Paulo (USP). Érica disse que os diplomas que apresentou para obter os empregos de professora foram feitos no intuito de validar o que colegas dela, que fizeram os mesmos cursos, já haviam conseguido.
O caso foi descoberto em junho deste ano. A Faculdade CDL, onde Érica estava trabalhando desde outubro de 2022, constatou algumas inconsistências nos documentos apresentados por ela no momento da contratação. Não foi possível, por exemplo, comprovar a existência do suposto orientador do mestrado dela em Psicologia. A partir disso, foi feita uma análise de todo o currículo que a professora havia apresentado. Ao contatar as instituições de ensino que teriam emitido os diplomas de ensino superior de Érica, a faculdade descobriu que os documentos eram falsos. Ela dizia ser bacharel e mestre em Psicologia pela UFC e mestre e doutora em Matemática pela USP. Ela também afirmava ter licenciaturas em Matemática e Pedagogia na Uece. O Conselho Regional de Psicologia também informou que ela não tinha registro profissional.
Érica afirmou que todo o caso diz respeito apenas a "questões administrativas" que não foram resolvidas a tempo e que, em mais de 20 anos de trajetória, jamais teve sua competência ou conhecimento questionados.