O assoreamento é nada mais do que a queda de materiais sólidos soltos nas ruas dentro de cursos d'água. É uma ação natural causada pelos ventos, que carregam areia, barro e outros resíduos soltos nas proximidades de rios e lagoas, mas que pode ser intensificada pela ação humana e ocorrência de fenômenos meteorológicos.
Entre as ocorrências que intensificam os efeitos do assoreamento estão as grandes chuvas, como as vistas em Fortaleza nos últimos dias. A corrente formada pelas águas pluviais leva esses materiais em direção a rios e lagoas. Pelo acúmulo de detritos, os mananciais não suportam o aporte das chuvas e transbordam.
"A chuva é quem gera o escoamento das ruas que leva essa água poluída e com sedimentos para dentro dos rios. O assoreamento gera os impactos não esperados ou desagradáveis das enchentes, que são os alagamentos. Muitas vezes são mais intensos devido a esse assoreamento", explica a arquiteta, urbanista e pesquisadora sobre inundações em grandes cidades, Tainah Carvalho.
A ação humana pode ajudar a assorear os rios. Pelo descarte irregular de lixo e esgoto próximo aos mananciais, que caem dentro da água. Ou na remoção da vegetação ciliar, que torna os rios mais vulneráveis à entrada de detritos.
"O que causa o assoreamento é o desmatamento. A falta de vegetação nesses recursos contribui para a erosão do solo e consequentemente esse sedimento vai parar dentro do leito do rio e aumenta os volumes. Também a urbanização, a impermeabilização do solo nas cidades, que diminui a capacidade deste solo de absorver água", reforça a pesquisadora.